Instruções
Práticas Sobre Interpretação de Textos Bíblicos
Introdução

Neste contexto e em diversos contextos da escrita, a cultura e a língua no processo de comunicação são fundamentais; neste sentido, há diferenças entre a língua falada e a língua escrita, pois existem diversas situações de comunicação formais ou informais que utilizamos diariamente. Entretanto, o registro da língua não pode ser feito de qualquer maneira, senão a comunicação estaria comprometida, (Marques e Magnoni, 2016). Justamente por isto que iremos ver um pouco sobre interpretações de uma forma específica, fácil e principalmente também relacionadas as “Escrituras Sagradas”. Neste contexto não iremos nos aprofundar muito em questões técnicas da gramática e muito menos de interpretação de textos, não é este o objetivo, mas sim, sermos práticos em relação a interpretação e utilização destas normas e ou regras gramaticais, de forma que venhamos a ter uma facilidade em no mínimo, buscar meios para o entendimento mais assertivo em relação a interpretação das “Escrituras Sagradas”; que é o que nos interessa, este é nosso intuito.
Sabemos que quando não há sequer um
mínimo de responsabilidade neste sentido, as distorções em relação às
interpretações dos textos Bíblicos, nos faz cometer sérios erros diante de
“DEUS” e não apenas em questões doutrinárias, mas em tudo que diz respeito ao
entendimento das "Escrituras sagradas"!
Justamente por isto que nosso foco
aqui é a prática, portanto, não iremos entrar em questões profundas das técnicas
de interpretação e gramática, embora veremos um pouco...
Um dos motivos
das más interpretações geralmente ocorrem em virtude de não situarmos o texto
em seu contexto, embora existe outros fatores que contribuem para isto, da
mesma forma, por não conhecermos o mínimo sequer da nossa língua portuguesa, como
veremos mais adiante, a exemplo de uma simples palavra, ou ainda a extensão de
seu significado linguístico ou um simples texto; agora, imaginem isto em
relação as “Escrituras Sagradas”.
Vamos começar dando um pequeno exemplo:
Atentem para a seguinte frase, pronunciada por uma pessoa: “agora sim, eu sei exatamente de que se trata”.
O que esta frase
nos diz!?
Com certeza ela
nos deixa claro que trata-se de uma pessoa que por algum motivo não estava
vendo ou entendendo algo, mas que depois de lhe ter acontecido algo, seja este
algo, uma explicação e a partir daí este alguém passou a entender; uma luz
acessa, de forma a clarear determinado lugar e esta pessoa passou a enxergar
melhor, ou por alguma coisa ter sido descoberto, portanto, possibilitou esta
mesma pessoa enxergar o que estava coberto. Percebam que existem algumas
possibilidades e as mesmas só serão avaliadas de forma a que tenhamos uma visão
geral, isto porque não nos foi apresentado um contexto mais específico que nos
levasse a entender a situação como ela realmente é. Nesta visão geral o que
temos de concreto é, que antes alguém não via ou entendia algo, mas que agora,
depois que alguma coisa aconteceu, a pessoa em questão, passou a “entender ou ver claramente”, pois agora
ela sabe do que se trata... percebam que por não nos ter sido apresentado um
contexto, não foi possível que entendêssemos exatamente de que se trata a
frase.
Agora veja:
Vamos agora criar
um contexto, um cenário para ver se podemos discernir melhor de que se trata; é
uma possibilidade!
Para tal, imagine o seguinte: você
está em um cybercafé e sem ter intenção; por estarem próximas, você escuta uma
conversa entre duas pessoas, elas também estão tomando café e uma delas, depois
de pronunciar a frase acima em questão, diz: “mas tem um gosto horrível!” e toma um gole de algo que parece mesmo
ser café, enquanto isso, a outra diz: “verdade,
mas faz bem à saúde”...
Neste sentido, agora já mais
contextualizado, sabemos que as pessoas envolvidas na conversa, estavam falando
de algo que era “bom para a saúde”,
portanto, agora sabemos que, ou era algo natural e saudável, ou uma medicação e
que a mesma tinha “um gosto horrível”,
isso é o que sabemos até agora, pois em
momento algum eles deram a entender que tratava-se do café que tomavam,
e isto era incoerente, tendo em vista que o café, não é lá tão saudável assim.
Mas percebam que ainda não sabemos exatamente de que se trata...
Bom, como nosso objetivo aqui é apenas
mostrar o quanto é difícil muitas vezes em determinadas circunstâncias entendemos
ou sabermos exatamente o que quer dizer algo, não iremos continuar com a história,
como disse: “nosso objetivo é apenas
mostrar o quanto precisamos contextualizar algo para podermos entendê-lo melhor”,
sem contar, que é imprescindível que se conheça o mínimo possível de nossa
língua portuguesa, mas de forma a que saibamos por exemplo, que uma palavra
pode ter vários significados e que o contexto a qual ela está inserido nos diz
exatamente o que ela realmente representa e que desta forma, torna tudo muito
mais compreensível, mesmo que algumas vezes, ainda assim, não tenhamos o suficiente
para podermos entender a situação como ela realmente é, como no caso proposto
no cybercafé.
Neste caso em questão, foi proposital
criar um contexto que apesar de nos dar mais informações, mas ainda assim, não
podemos afirmar com certeza do que eles estão exatamente falando, se, de uma “medicação” ou de “algo natural”; seja este algo vegetal ou animal... na verdade, só
surgiram mais dúvidas que respostas.
É preciso que saibamos que o
“Discernimento Espiritual”, nos faz ser prudentes a ponto de atentarmos para as
estruturas e regras gramaticais, sem as quais não iremos entender os textos que
ali estão! Como por exemplo, um simples erro de português ou omissão de uma
única letra, a ordem em que as palavras são pronunciadas podem mudar todo o
entendimento, isto porque este fato muda tudo, muda todo o sentido das mesmas, sem
contar que o contexto em que as mesmas foram utilizadas são imprescindíveis
para o entendimento. Há ainda àquelas questões dúbias, como palavras e ou
frases utilizadas que não nos esclarece pelo simples fato de terem sidos ditas!
Por exemplo:
Há quem fale do
Inglês!
Que Inglês!?
A língua inglesa
ou alguém de cidadania inglesa!?
Vejam por exemplo:
Segundo e seguindo...
Eu tenho feito tudo segundo ele...
Eu tenho feito
tudo seguindo ele...
Agora amados, deixemos
o fato de sermos Cristãos, um pouco de lado, para que os amados entendam!
Minha filha, por
exemplo, esta realizando alguns dos sonhos dela, assim como meu filho, para
Honra e Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo; mas um deles, o da menina, até alguns
anos atrás, era o de ir morar no Canadá!
Digamos que ela
vá e lá ela fará outra Faculdade, outra Graduação ou Pós-Graduação e conheça um
Professor(a) do qual ela admire(a), pois o mesmo é inteligente, bem sucedido e
inspirador; e alguns alunos, motivados, incentivados com isto, procuram também
um futuro melhor, profissionalmente falando, daí procura se capacitar, fazendo
outra Graduação ou fazendo Pós-Graduação, Mestrado ou Doutorado. Considerando
isto, digamos que alguém chega para ela e diz, a respeito deste(a) professor(a):
Eu tenho feito
tudo segundo ele... (Ou seja, de acordo com suas orientações)
Isto dar a
entender que é sobre sua “Orientação Acadêmica”, já que estamos aqui falando, de
Faculdade. E realmente trata-se disto, tendo em vista que é o que se disse!
Pois de acordo
com os Dicionários, temos:
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa v3.0 de Jun/2009:
Segundo:
- preposição
1 - de acordo ou em harmonia com;
conforme, consoante
Ex.: a psicanálise s. Jung
- conjunção
2 - introduz oração subordinada,
indicando conformidade:
2.1 - como, conforme
Ex.: s. a meteorologia, choverá no
fim de semana
2.2 - ao passo que, à medida que
Ex.: recolhia os testes s. os alunos
iam terminando
Grande Dicionário Universal da Língua Portuguesa Ed. de Luxo:
Segundo:
(do
Lat. secundu)
- numeral ordinal
O que numa série se segue ao primeiro;
- adjectivo
Secundário; indirecto; inferior; novo;
outro; que se faz outra vez;
- figurativo
Rival, semelhante;
- substantivo masculino
Sexagésima parte do minuto e do grau;
auxiliar ou assistente do jogador de boxe;
- preposição
Consoante; conforme;
- advérbio
Em segundo lugar;
Mas perceba que se
este mesmo alguém diz:
Eu tenho feito
tudo seguindo ele...
Já aqui, deixa
claro que todos os seus passos, devem ser seguidos, diferente das palavras
ditas anteriormente, que se tratava de uma orientação. Aqui faz mais sentido,
se considerarmos o que foi dito, que é seguindo todos os seus passos
Acadêmicos, cursos, pós-graduação e principalmente, literalmente falando, ir
até mesmo aos locais que ele vai, considerando aqui a questão Acadêmica, etc.
Em outras
palavras:
Segundo ele, diz
respeito às suas “Orientações Acadêmicas”, limitando-se a estas orientações;
Seguindo ele, diz respeito a seguir
seus passos, independente de sua “Orientação Acadêmica”, mesmo que essa possa
também ser considerada; todos os cursos em questão, etc.
Ou seja, ainda,
seguindo-o, a partir daquele momento. É bom salientar que aqui, limita-os às
Graduações e Pós-Graduações que o Professor fez, já a primeira frase deixa
claro que se trata de uma orientação, que também poderá sim ser a respeito de
suas Graduações, mas que também abrange algo a mais, que não é limitativa, restritivas
à vida Acadêmica do professor, como esta segunda!
Vejam este outro exemplo:
Mário Quintana é
um grande homem (importante,
famoso, de reputação ilibada e intelecto nobre, subst.);
Mário Quintana é
um homem grande (alto, de
grande estatura, adj.).
Perceberam que a
posição da palavra “grande” em relação ao sujeito, pode ser classificada como adjetivo de dois gêneros (indicando corpulência, tamanho, ou alguém de
grande influência, de certa forma, de talentos intelectuais de alto padrão, etc.)
e ou simplesmente como um substantivo
(indicando, que ele é alguém intelectual,
uma pessoa de influência e poder, por ter condição social ou política elevada).
Agora vamos para
as “Escrituras Sagradas”!
Atentem, não
existe em lugar nenhum, nas “Escrituras Sagradas”, no Novo Testamento, “Cristo”
nos dizendo: “Não terás outros deuses
diante de mim”, não com todas estas letras, ou seja, exatamente como elas
foram ditas, ou alguma delas, como está escrito em Êxodo 20:3 e Deuteronômio 5:7,
1º Mandamento... o que não significa dizer que o mandamento deixou de existir
ou que o mesmo deve ser desconsiderado, muito pelo contrário, aquilo que Cristo
não falou, permanece exatamente com está!
O que vemos é o
próprio “Cristo”, nos falando diretamente de alguns dos Mandamentos em, Mateus
19:18-19, Marcos 10:19 e Lucas 18:20, dentre outras passagens, assim como temos
Paulo falando de alguns dos Mandamentos em, Romanos 13:9 e Tiago em, Tiago 2:11...
Lucas 10:27 - "Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.";
Lucas 18:20 - “Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não
matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe”.
Não adulterarás (7º
Mandamento): Êxodo 20:14 e Deuteronômio 5:18;
Não matarás (6º Mandamento):
Êxodo 20:13 e Deuteronômio 5:17;
Não furtarás (8º Mandamento):
Êxodo 20:15 e Deuteronômio 5:19;
Não dirás falso
testemunho (9º Mandamento): Êxodo 20:16 e Deuteronômio 5:20;
Honra a teu pai e
a tua mãe (5º Mandamento): Êxodo 20:12 e Deuteronômio 5:16;
Paulo:
Romanos 13:9 - “Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”,
Tiago:
Tiago 2:11 - “Porque o mesmo que disse: Não matarás. Ora,
se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei.”
Agora, pergunta:
O fato de “Cristo”, não nos ter dito isto, exatamente como nos foi dito no
passado, significa dizer, que poderemos ter outros deuses diante de nós? E que
ele não falou disto de alguma outra forma? Claro que não! O fato de “Cristo”,
não ter abordado determinados assuntos é pelo simples fato de que já foi dito no
passado e como foi dito, deve ser seguido! É bom salientar, que temos que
considerar que o assunto com certeza foi abordado de forma e em contexto
diferente do dito pela primeira vez, e que aquilo que ele falou, considerando
aqui o Antigo Testamento, ele procurou dar-nos o verdadeiro entendimento, muito
embora muitos ainda preferem não entender, como é a questão do sábado e do
dízimo, este último por exemplo, tem sido motivo da queda de muitos, isto por o
mesmo ter perdido na prática, seu sentido!
Mas quando ele
nos diz, por exemplo, em, João 14:21, falando-nos dos Mandamentos, ele está nos
dizendo, nos orientando, para guardarmos seus mandamentos, que ele mesmo os determinou,
desde a fundação do mundo! Assim como ele nos fala a respeito do reino que
preparou para nós desde a fundação do mundo em, Mateus 25:34...
João 14:21 - “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”;
Mateus 25:34 - “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo”...
Entendam, nem tudo
e como está escrito no Antigo Testamento, “Cristo” abordou exatamente da mesma
forma; não havia necessidade, pois já foi dito. Ele preocupou-se no que era
mais importante, explicar e muitas vezes mudar; como por exemplo, ele nos diz
que devemos amar nossos inimigos, ao invés de odiá-los, como era entendimentos no
passado por causa da lei do “Talião” (Olho
por olho, dente por dente); sem contar que a “Lei do Talião” era usada por
justiça e não por vingança, e Cristo nos ensina à entender e praticarmos sua
palavra da forma correta, para que através disto; e isto não há incoerência
nenhuma, pois o próprio “Cristo” é a “Palavra Viva”, obtenhamos nossa Salvação!
Lembrem-se do que
"DEUS" nos disse:
Êxodo 23:22 -
"Mas se, na verdade, ouvires a sua
voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e
adversário dos teus adversários."
Um abraço amados
e até o próximo artigo!
Rogério Silva
Referências:
Linguagens e seus
Códigos: língua portuguesa e língua inglesa / Antônio Francisco Marques... [et
al.], organizadores. – [2ª. ed.] – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2016. 240p.:
il. - (Cadernos dos cursinhos pré-universitários da Unesp; 1) Inclui
bibliografia. ISBN: 978-85-7983-820-0. 1. Língua portuguesa (Ensino médio). 2. Literatura.
3. Língua inglesa – Estudo e ensino. 4. Universidades e faculdades -
|Vestibular. I. Marques, Antônio Francisco. II. Magnoni, Maria da Graça Mello.
III. Scheel, Márcio. VI. Zacarias, Regiani Aparecida Santos. V. Marques, Sandra
Mari Kaneko. VI. Série CDD 407.
Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua
Portuguesas
Versão
monousuário 3.0 - junho de 2009
Copyright ©
2001..2009 Instituto Antônio Houaiss
Produzido e
distribuído por Editora Objetiva Ltda.
Grande Dicionário Universal da Língua Portuguesa
Texto Editora, Ed. de LUXO. Colaboração:
Verbalis – Computação e Linguagem Lda. www.TE.pt,
www.universal.TE.pt, www.educacao.TE.pt
Bíblia Sagrada v3.8.0
Copyright (c) 2002 - 2021 Rksoft
Softwares
Versão Revisada de João Ferreira de
Almeida
Bíblia Comentada Por Versículo
Versão Almeida CF (Corrigida e Fiel) 1753
© All Rights Reserved. Skinpress Demo
Powered by WordPress | Theme by Website
hosting report