Famílias e Relacionamentos

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 

Instruções Práticas Sobre Interpretação de Textos Bíblicos

Introdução

A falta de conhecimento na interpretação de textos para que se possa entender uma simples frase ou a leitura de textos diversos, além dos textos Bíblicos, é claro, tem levado a muitos equívocos e o pior, estes equívocos tem fomentado a falta de “Discernimento Espiritual” e aberto portas para que o inimigo possa agir na vida de quem não tem noção dos problemas que isto pode causar à sua vida espiritual.

Neste contexto e em diversos contextos da escrita, a cultura e a língua no processo de comunicação são fundamentais; neste sentido, há diferenças entre a língua falada e a língua escrita, pois existem diversas situações de comunicação formais ou informais que utilizamos diariamente. Entretanto, o registro da língua não pode ser feito de qualquer maneira, senão a comunicação estaria comprometida, (Marques e Magnoni, 2016). Justamente por isto que iremos ver um pouco sobre interpretações de uma forma específica, fácil e principalmente também relacionadas as “Escrituras Sagradas”. Neste contexto não iremos nos aprofundar muito em questões técnicas da gramática e muito menos de interpretação de textos, não é este o objetivo, mas sim, sermos práticos em relação a interpretação e utilização destas normas e ou regras gramaticais, de forma que venhamos a ter uma facilidade em no mínimo, buscar meios para o entendimento mais assertivo em relação a interpretação das “Escrituras Sagradas”; que é o que nos interessa, este é nosso intuito.

Sabemos que quando não há sequer um mínimo de responsabilidade neste sentido, as distorções em relação às interpretações dos textos Bíblicos, nos faz cometer sérios erros diante de “DEUS” e não apenas em questões doutrinárias, mas em tudo que diz respeito ao entendimento das "Escrituras sagradas"!

 

Justamente por isto que nosso foco aqui é a prática, portanto, não iremos entrar em questões profundas das técnicas de interpretação e gramática, embora veremos um pouco...

 

Um dos motivos das más interpretações geralmente ocorrem em virtude de não situarmos o texto em seu contexto, embora existe outros fatores que contribuem para isto, da mesma forma, por não conhecermos o mínimo sequer da nossa língua portuguesa, como veremos mais adiante, a exemplo de uma simples palavra, ou ainda a extensão de seu significado linguístico ou um simples texto; agora, imaginem isto em relação as “Escrituras Sagradas”.

 

Vamos começar dando um pequeno exemplo:

Atentem para a seguinte frase, pronunciada por uma pessoa: “agora sim, eu sei exatamente de que se trata”.

O que esta frase nos diz!?

Com certeza ela nos deixa claro que trata-se de uma pessoa que por algum motivo não estava vendo ou entendendo algo, mas que depois de lhe ter acontecido algo, seja este algo, uma explicação e a partir daí este alguém passou a entender; uma luz acessa, de forma a clarear determinado lugar e esta pessoa passou a enxergar melhor, ou por alguma coisa ter sido descoberto, portanto, possibilitou esta mesma pessoa enxergar o que estava coberto. Percebam que existem algumas possibilidades e as mesmas só serão avaliadas de forma a que tenhamos uma visão geral, isto porque não nos foi apresentado um contexto mais específico que nos levasse a entender a situação como ela realmente é. Nesta visão geral o que temos de concreto é, que antes alguém não via ou entendia algo, mas que agora, depois que alguma coisa aconteceu, a pessoa em questão, passou a “entender ou ver claramente”, pois agora ela sabe do que se trata... percebam que por não nos ter sido apresentado um contexto, não foi possível que entendêssemos exatamente de que se trata a frase.

 

Agora veja:

Vamos agora criar um contexto, um cenário para ver se podemos discernir melhor de que se trata; é uma possibilidade!

 

Para tal, imagine o seguinte: você está em um cybercafé e sem ter intenção; por estarem próximas, você escuta uma conversa entre duas pessoas, elas também estão tomando café e uma delas, depois de pronunciar a frase acima em questão, diz: “mas tem um gosto horrível!” e toma um gole de algo que parece mesmo ser café, enquanto isso, a outra diz: “verdade, mas faz bem à saúde”...

 

Neste sentido, agora já mais contextualizado, sabemos que as pessoas envolvidas na conversa, estavam falando de algo que era “bom para a saúde”, portanto, agora sabemos que, ou era algo natural e saudável, ou uma medicação e que a mesma tinha “um gosto horrível”, isso é o que sabemos até agora, pois em  momento algum eles deram a entender que tratava-se do café que tomavam, e isto era incoerente, tendo em vista que o café, não é lá tão saudável assim. Mas percebam que ainda não sabemos exatamente de que se trata...

Bom, como nosso objetivo aqui é apenas mostrar o quanto é difícil muitas vezes em determinadas circunstâncias entendemos ou sabermos exatamente o que quer dizer algo, não iremos continuar com a história, como disse: “nosso objetivo é apenas mostrar o quanto precisamos contextualizar algo para podermos entendê-lo melhor”, sem contar, que é imprescindível que se conheça o mínimo possível de nossa língua portuguesa, mas de forma a que saibamos por exemplo, que uma palavra pode ter vários significados e que o contexto a qual ela está inserido nos diz exatamente o que ela realmente representa e que desta forma, torna tudo muito mais compreensível, mesmo que algumas vezes, ainda assim, não tenhamos o suficiente para podermos entender a situação como ela realmente é, como no caso proposto no cybercafé.

 

Neste caso em questão, foi proposital criar um contexto que apesar de nos dar mais informações, mas ainda assim, não podemos afirmar com certeza do que eles estão exatamente falando, se, de uma “medicação” ou de “algo natural”; seja este algo vegetal ou animal... na verdade, só surgiram mais dúvidas que respostas.

 

É preciso que saibamos que o “Discernimento Espiritual”, nos faz ser prudentes a ponto de atentarmos para as estruturas e regras gramaticais, sem as quais não iremos entender os textos que ali estão! Como por exemplo, um simples erro de português ou omissão de uma única letra, a ordem em que as palavras são pronunciadas podem mudar todo o entendimento, isto porque este fato muda tudo, muda todo o sentido das mesmas, sem contar que o contexto em que as mesmas foram utilizadas são imprescindíveis para o entendimento. Há ainda àquelas questões dúbias, como palavras e ou frases utilizadas que não nos esclarece pelo simples fato de terem sidos ditas!

 

Por exemplo:

Há quem fale do Inglês!

Que Inglês!?

A língua inglesa ou alguém de cidadania inglesa!?

 

Vejam por exemplo:

Segundo e seguindo...

 

Eu tenho feito tudo segundo ele...

Eu tenho feito tudo seguindo ele...

 

Agora amados, deixemos o fato de sermos Cristãos, um pouco de lado, para que os amados entendam!

 

Minha filha, por exemplo, esta realizando alguns dos sonhos dela, assim como meu filho, para Honra e Glória de Nosso Senhor Jesus Cristo; mas um deles, o da menina, até alguns anos atrás, era o de ir morar no Canadá!

 

Digamos que ela vá e lá ela fará outra Faculdade, outra Graduação ou Pós-Graduação e conheça um Professor(a) do qual ela admire(a), pois o mesmo é inteligente, bem sucedido e inspirador; e alguns alunos, motivados, incentivados com isto, procuram também um futuro melhor, profissionalmente falando, daí procura se capacitar, fazendo outra Graduação ou fazendo Pós-Graduação, Mestrado ou Doutorado. Considerando isto, digamos que alguém chega para ela e diz, a respeito deste(a) professor(a):

 

Eu tenho feito tudo segundo ele... (Ou seja, de acordo com suas orientações)

Isto dar a entender que é sobre sua “Orientação Acadêmica”, já que estamos aqui falando, de Faculdade. E realmente trata-se disto, tendo em vista que é o que se disse!

 

Pois de acordo com os Dicionários, temos:

 

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa v3.0 de Jun/2009:

Segundo:

- preposição

1 - de acordo ou em harmonia com; conforme, consoante

Ex.: a psicanálise s. Jung

- conjunção

2 - introduz oração subordinada, indicando conformidade:

2.1 - como, conforme

Ex.: s. a meteorologia, choverá no fim de semana

2.2 - ao passo que, à medida que

Ex.: recolhia os testes s. os alunos iam terminando

 

Grande Dicionário Universal da Língua Portuguesa Ed. de Luxo:

Segundo:

(do Lat. secundu)

- numeral ordinal

O que numa série se segue ao primeiro;

- adjectivo

Secundário; indirecto; inferior; novo; outro; que se faz outra vez;

- figurativo

Rival, semelhante;

- substantivo masculino

Sexagésima parte do minuto e do grau; auxiliar ou assistente do jogador de boxe;

- preposição

Consoante; conforme;

- advérbio

Em segundo lugar;

 

 

Mas perceba que se este mesmo alguém diz:

 

Eu tenho feito tudo seguindo ele...

Já aqui, deixa claro que todos os seus passos, devem ser seguidos, diferente das palavras ditas anteriormente, que se tratava de uma orientação. Aqui faz mais sentido, se considerarmos o que foi dito, que é seguindo todos os seus passos Acadêmicos, cursos, pós-graduação e principalmente, literalmente falando, ir até mesmo aos locais que ele vai, considerando aqui a questão Acadêmica, etc.

 

Em outras palavras:

Segundo ele, diz respeito às suas “Orientações Acadêmicas”, limitando-se a estas orientações;

Seguindo ele, diz respeito a seguir seus passos, independente de sua “Orientação Acadêmica”, mesmo que essa possa também ser considerada; todos os cursos em questão, etc.

 

Ou seja, ainda, seguindo-o, a partir daquele momento. É bom salientar que aqui, limita-os às Graduações e Pós-Graduações que o Professor fez, já a primeira frase deixa claro que se trata de uma orientação, que também poderá sim ser a respeito de suas Graduações, mas que também abrange algo a mais, que não é limitativa, restritivas à vida Acadêmica do professor, como esta segunda!

 

Vejam este outro exemplo:

Mário Quintana é um grande homem (importante, famoso, de reputação ilibada e intelecto nobre, subst.);

Mário Quintana é um homem grande (alto, de grande estatura, adj.).

 

Perceberam que a posição da palavra “grande” em relação ao sujeito, pode ser classificada como adjetivo de dois gêneros (indicando corpulência, tamanho, ou alguém de grande influência, de certa forma, de talentos intelectuais de alto padrão, etc.) e ou simplesmente como um substantivo (indicando, que ele é alguém intelectual, uma pessoa de influência e poder, por ter condição social ou política elevada).

 

Agora vamos para as “Escrituras Sagradas”!

 

Atentem, não existe em lugar nenhum, nas “Escrituras Sagradas”, no Novo Testamento, “Cristo” nos dizendo: “Não terás outros deuses diante de mim”, não com todas estas letras, ou seja, exatamente como elas foram ditas, ou alguma delas, como está escrito em Êxodo 20:3 e Deuteronômio 5:7, 1º Mandamento... o que não significa dizer que o mandamento deixou de existir ou que o mesmo deve ser desconsiderado, muito pelo contrário, aquilo que Cristo não falou, permanece exatamente com está!

 

O que vemos é o próprio “Cristo”, nos falando diretamente de alguns dos Mandamentos em, Mateus 19:18-19, Marcos 10:19 e Lucas 18:20, dentre outras passagens, assim como temos Paulo falando de alguns dos Mandamentos em, Romanos 13:9 e Tiago em, Tiago 2:11...

 

Lucas 10:27 - "Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.";

Lucas 18:20 - “Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe”.

 

Não adulterarás (7º Mandamento): Êxodo 20:14 e Deuteronômio 5:18;

Não matarás (6º Mandamento): Êxodo 20:13 e Deuteronômio 5:17;

Não furtarás (8º Mandamento): Êxodo 20:15 e Deuteronômio 5:19;

Não dirás falso testemunho (9º Mandamento): Êxodo 20:16 e Deuteronômio 5:20;

Honra a teu pai e a tua mãe (5º Mandamento): Êxodo 20:12 e Deuteronômio 5:16;

 

Paulo:

Romanos 13:9 - “Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”,


Tiago:

Tiago 2:11 - “Porque o mesmo que disse: Não matarás. Ora, se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei.

 

Agora, pergunta: O fato de “Cristo”, não nos ter dito isto, exatamente como nos foi dito no passado, significa dizer, que poderemos ter outros deuses diante de nós? E que ele não falou disto de alguma outra forma? Claro que não! O fato de “Cristo”, não ter abordado determinados assuntos é pelo simples fato de que já foi dito no passado e como foi dito, deve ser seguido! É bom salientar, que temos que considerar que o assunto com certeza foi abordado de forma e em contexto diferente do dito pela primeira vez, e que aquilo que ele falou, considerando aqui o Antigo Testamento, ele procurou dar-nos o verdadeiro entendimento, muito embora muitos ainda preferem não entender, como é a questão do sábado e do dízimo, este último por exemplo, tem sido motivo da queda de muitos, isto por o mesmo ter perdido na prática, seu sentido!

 

Mas quando ele nos diz, por exemplo, em, João 14:21, falando-nos dos Mandamentos, ele está nos dizendo, nos orientando, para guardarmos seus mandamentos, que ele mesmo os determinou, desde a fundação do mundo! Assim como ele nos fala a respeito do reino que preparou para nós desde a fundação do mundo em, Mateus 25:34...

 

João 14:21 - “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”; 

Mateus 25:34 - “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”...

 

Entendam, nem tudo e como está escrito no Antigo Testamento, “Cristo” abordou exatamente da mesma forma; não havia necessidade, pois já foi dito. Ele preocupou-se no que era mais importante, explicar e muitas vezes mudar; como por exemplo, ele nos diz que devemos amar nossos inimigos, ao invés de odiá-los, como era entendimentos no passado por causa da lei do “Talião” (Olho por olho, dente por dente); sem contar que a “Lei do Talião” era usada por justiça e não por vingança, e Cristo nos ensina à entender e praticarmos sua palavra da forma correta, para que através disto; e isto não há incoerência nenhuma, pois o próprio “Cristo” é a “Palavra Viva”, obtenhamos nossa Salvação!

 

Lembrem-se do que "DEUS" nos disse:

 

Êxodo 23:22 - "Mas se, na verdade, ouvires a sua voz, e fizeres tudo o que eu disser, então serei inimigo dos teus inimigos, e adversário dos teus adversários."

 

Um abraço amados e até o próximo artigo!

 

Rogério Silva

 

Referências:

Linguagens e seus Códigos: língua portuguesa e língua inglesa / Antônio Francisco Marques... [et al.], organizadores. – [2ª. ed.] – São Paulo : Cultura Acadêmica, 2016. 240p.: il. - (Cadernos dos cursinhos pré-universitários da Unesp; 1) Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-7983-820-0. 1. Língua portuguesa (Ensino médio). 2. Literatura. 3. Língua inglesa – Estudo e ensino. 4. Universidades e faculdades - |Vestibular. I. Marques, Antônio Francisco. II. Magnoni, Maria da Graça Mello. III. Scheel, Márcio. VI. Zacarias, Regiani Aparecida Santos. V. Marques, Sandra Mari Kaneko. VI. Série CDD 407.

 

Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesas

Versão monousuário 3.0 - junho de 2009

Copyright © 2001..2009 Instituto Antônio Houaiss

Produzido e distribuído por Editora Objetiva Ltda.

 

Grande Dicionário Universal da Língua Portuguesa

Texto Editora, Ed. de LUXO. Colaboração: Verbalis – Computação e Linguagem Lda. www.TE.pt, www.universal.TE.pt, www.educacao.TE.pt

 

Bíblia Sagrada v3.8.0

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Versão Revisada de João Ferreira de Almeida

 

Bíblia Comentada Por Versículo

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