Famílias e Relacionamentos

domingo, 11 de novembro de 2018


A Ponte, o Barco e o Rio...
Conclusão Part. 2-2 - O Paraíso de Lucas 16.19-31

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Ainda, falando a respeito do comentário de Russell Norman Champlin, em seu comentário sobre Lucas, temos...

Comentário Bíblico Antigo Testamento e Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin, Lucas 16:19-31...


16:20: Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; «...certo mendigo chamado Lázaro...». Esta é a única parábola que supre um nome próprio, pelo que também alguns estudiosos têm negado que esta história seja uma mera parábola. Os intérpretes têm procurado significações especiais para esse apelativo, conforme se descreve abaixo:
1. Um esmoler especial, conhecido por Jesus e pelos fariseus, quando ele falou, o que faria dessa história uma questão muito pessoal. Mas Alford, observando que o nome significa Deus é ajudador, ou tradução similar, acredita que o próprio sentido desse nome labora contra o ponto de vista de que se trata de uma história literal.
2. Alguns têm imaginado que o apelativo foi dado a fim de indicar que tal homem tinha um socorro, esperando ajuda exclusivamente da parte de Deus, porquanto Deus era para ele um verdadeiro ajudador.
3. Outros pensam que a parábola tinha por finalidade ser uma advertência a Lázaro de Betânia, que era homem rico.
4. Outros têm pensado que o homem Lázaro foi aplicado para lembrar a todos que um certo Lázaro retornara dos mortos (ver o décimo primeiro capítulo do evangelho de João); no entanto, o seu testemunho foi rejeitado, segundo o vs. 30 indica que assim aconteceria. Entretanto, parece melhor dizer que o nome foi suprido meramente para ajudar no diálogo com Abraão, nos vss. 24-31. O nome era bastante comum, sendo a forma grega de Eleazar, «aquele que Deus tem ajudado»; e o seu emprego, nesta parábola, não parece ter qualquer significação especial ou misteriosa. É com base nessa parábola que se tem criado o termo moderno «lázaro», que tem passado para diversos idiomas modernos, e que indica uma pessoa afligida por certa pestilência que a força a perder todo o contacto com os seus semelhantes. Lázaro, personagem desta parábola, vivia coberto de úlceras e tinha de ser carregado até ao grande portão que havia na frente da casa do rico. Vivia totalmente dependente de qualquer ato caridoso que o rico quisesse demonstrar. Lázaro aparece como símbolo da mais total e completa miséria.

16:21: o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caiam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. «...desejava alimentar-se das migalhas...». As migalhas que caíam da mesa do rico era o refugo que era jogado fora do portão, incluindo os pedaços de pão que o rico usava como guardanapos, segundo era o costume da época. Era uma comida própria para os cães que percorriam as ruas, mas era ansiosamente rebuscada por esse homem que vivia na mais abjeta pobreza que se possa imaginar. A linguagem faz-nos lembrar das condições do filho pródigo (ver Luc. 15:16). ou das condições da mulher siro-fenícia (ver Marc. 7:28). O quadro aqui exposto retrata a mais absoluta dependência, mas também um quadro de urgente necessidade, porquanto Lázaro tinha de competir com os cães vadios das ruas. Não há certeza se o fato dos cães virem-lhe lamber as feridas tem o intuito de mostrar que nisso ele encontrava algum alívio para os seus sofrimentos, ou se serve para aumentar a descrição de suas misérias. Os cães eram reputados animais imundos, de acordo com as leis cerimoniais dos judeus, e por isso mesmo é bem provável que essa atenção dos cães foi mencionada a fim de mostrar que tal tratamento não era bem acolhido por Lázaro, sendo uma espécie de clímax das misérias daquele pobre homem. Também devemos notar que a palavra aqui usada para «cães» não está no diminutivo, conforme se lê em Mat. 15:27 e Marc. 7:28, que se aplicava a animais domésticos ou animais mansos; pelo contrário, encontramos aqui o termo associado à idéia de coisa abominável (ver Mat. 7:6; Fil. 3:2; II Ped. 2:22 e Apo. 22:15). «Naturalmente que as migalhas não eram os pequenos fragmentos que caem de nossas mesas, mas as partes moles dos pães finos que eram usados no oriente, com as quais, segundo todas as aparências indicam, o ricos costumavam limpar os dedos, lançando tais migalhas debaixo da mesa, ao mesmo tempo que eles comiam as partes mais duras...Descrever os seus sofrimentos, que eram mitigados pela compaixão dos animais irracionais, outrossim, seria diretamente oposto à intenção de nosso Senhor». (Lange, in loc.).

16:22: Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. «...morrer o mendigo...». Esses são os anjos de serviço, que cuidam dos justos, contrariamente aos «anjos de destruição», que apanham as almas dos ímpios, conforme comumente aparece a idéia, na literatura judaica. Segundo é—distintamente—declarado, o rico foi sepultado ao morrer, porquanto, nos tempos antigos, era uma desgraça deixar um cadáver sem sepultamento, e, segundo a mitologia grega, tal ato impedia que a alma entrasse em seu lugar apropriado no mundo dos espíritos. Todavia, Lázaro não foi sepultado, posto que não se faz qualquer menção de seu sepultamento. Alguns antigos pensavam que não ser sepultado era sinal de desprazer divino, e alguns se recusavam a sepultar os seus inimigos (apesar de poderem fazê-lo), como expressão de ódio e zombaria. Mas também é possível que essas palavras signifiquem que o sepultamento do rico foi notável, com grande acompanhamento e muitas carpideiras, ao passo que o sepultamento de Lázaro foi insignificante, a ponto de não merecer a atenção de quem quer que seja. (Quanto a notas sobre os «anjos», ver Luc. 4:10). «...seio de Abraão...» Três expressões eram comumente usadas, entre os judeus, para expressar o futuro estado de bem-aventurança: 1 . o jardim do Éden, ou paraíso; 2. o trono da glória; e 3. o seio de Abraão. É justamente esta (que figura nesta parábola), que aparecia com mais freqüência. De conformidade com a teologia judaica, esse paraíso ou seio de Abraão fazia parte do hades, que abrigava os bem-aventurados ou justos. A idéia de seio de Abraão tem por detrás o pensamento de comunhão e de filiação. O homem justo, com toda a razão, era considerado filho de Abraão. Na passagem de João 18:23 vemos que jazer no seio era o lugar dos convivas mais favorecidos. Na qualidade de hóspede favorecido no céu, Lázaro descansava no seio de Abraão. Sua alma sobrevivia à morte do corpo, e isso sem interrupção alguma da própria consciência.

16:23: No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. «...no inferno, estando em tormentos...». O vocábulo grego aqui traduzido por «inferno» não é a geena (a prisão dos perdidos), e, sim, o hades, isto é, o mundo invisível dos mortos. Que as duas divisões estavam tão próximas que os que estavam em uma delas podiam ver e conversar com os que se encontravam na outra divisão, é prova do caráter alegórico da história, e a apresentação de Lázaro, aqui, como quem estivesse literalmente deitado lado a lado com Abraão, é especialmente indicativo de uma alegoria. Por conseguinte, aceitamos esses termos como simbólicos, embora não se tratem de descrições irreais das condições na outra existência. «Transparece quase na superfície da parábola que ela descreve um estágio anterior da vida após-túmulo do que a descrição que figura no trecho de Mat. 25:31-46. Não há aqui qualquer menção do advento do Juiz. Até onde vai a parábola, nada há para excluir a idéia de que os tormentos poderiam ter, ao menos parcialmente, o caráter tanto de disciplina como de retribuição» (Ellicott, in loc.). Isso também devemos acrescentar que o estado dos espíritos dos mortos, segundo é descrito aqui, é anterior ao estado que é antecipado nas modificações em seu estado, conforme é ensinado em I Ped. 3:18 e 4:6, passagens essas que descrevem a expiação efetuada por Cristo, e os efeitos dessa expiação no mundo dos espíritos. Ver o ministério de Cristo em Hades naquelas referências. «Hades» é transliteração do vocábulo grego «hades» (ver nota em Mat. 18:18 acerca de «hades»), palavra essa usada para indicar o lugar dos espíritos que se foram daqui, isto é, o submundo. Equivale ao termo hebraico sheol. Na tradução Septuaginta ou LXX (do V.T. para o grego), «hades» é a tradução constante do termo hebraico «sheol». Essa dimensão é pintada como lugar que consiste de duas divisões, uma para os ímpios e outra para os justos. A divisão para os justos também é denominada, nos escritos judaicos, de seio de Abraão, e o Senhor Jesus empregou os termos hebraicos nesta passagem. No V.T., a palavra parece que algumas vezes é utilizada para indicar a morte física; porém, também se pode demonstrar que o lugar dos espíritos partidos deste mundo está em foco nessas passagens. O conceito da existência de divisões no «sheol» parece ter surgido mais tarde no pensamento judaico. (Quanto a uma discussão sobre o «inferno» e o «julgamento» futuro, ver a nota existente em Apo. 14:11). Essa narrativa demonstra as seguintes verdades: 1. A alma sobrevive à morte física. (Ver a nota sobre a «imortalidade», em II Cor. 5:8). 2. A alma, mesmo depois da morte, continua dotada de consciência, memória e razão. 3. Os justos entrarão em um estado infinitamente melhor do que aqui. (Ver a nota sobre o «céu e o estado eterno», em Apo. 21:3). 4. O castigo é o destino que aguarda os ímpios.

16:24: E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. «...manda a Lázaro que molhe...». Essas descrições têm por intuito intensificar a idéia do sofrimento que era experimentado no «hades» pelo rico. O homem que antes vivia diariamente em prazeres suntuosos, agora implorava uma minúscula gota de água para refrescar-lhe a língua. Antes possuía riquezas difíceis de serem calculadas, auxiliares e servos, pompa e luxo; mas agora se revolvia em tormentos, rogando que lhe fosse feito um ínfimo favor, mas que, a despeito disso, lhe foi negado, por causa do grande abismo posto entre uma divisão e outra do mundo dos espíritos, e que ninguém poderia transpor, ainda que se quisesse usar de misericórdia. Agora o rico anelava por uma gota de água, tal como Lázaro anelara antes pelas migalhas. As descrições da literatura judaica mencionam as chamas como uma das características do hades, a habitação dos ímpios, em contraste com & fonte das águas (símbolo da vida) existente no paraíso ou seio de Abraão. Assim sendo, estamos tratando de símbolos do estado posterior dos mortos, embora esses julgamentos ali não sejam menos reais por causa disso.

Os deuses são justos, e de nossos vícios prazenteiros Fazem instrumentos que nos vergastam.
(Shakespeare, Rei Lear, v.3)

  Enquanto vivia, eu tinha muito do que queria;
E agora, ai! anseio por uma gota de água.
Os riachos que das colinas verdejantes
De Cassentim descem para o Amo,
Fazendo seus canais serem macios e frios,
Jamais me saem da memória, e não em vão:
Pois muito mais sua imagem me resseca
Do que a doença que desnuda meu rosto de carne.
(Inferno, X X X .65, Dante).

16:25: Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. «...recebeste os teus bens...» Aqui encontramos um tema comum no evangelho de Lucas, o qual pode ser visto em Luc. 6:20,24, que é paralelo a declarações similares de Jesus, encontradas no Sermão da Montanha, segundo o evangelho de Mateus. (Quanto à mensagem tencionada, bem como à atitude de Jesus para com os ricos e os pobres, ver Mat. 5:3; 6:19-21 e 25:34, onde Jesus apresenta o seu manifesto contra o materialismo). Este versículo não entra em questões teológicas quanto aos motivos por que os dois indivíduos foram para estados finais tão diversos entre si; mas tão-somente, em termos gerais, as suas respectivas existências. Não precisamos supor que o rico era homem particularmente iníquo; mas devemos compreender que ele vivia na terra afastado de Deus, sem demonstrar respeito ou cuidado para com os seus semelhantes, características essas que os evangelhos atribuem estar sempre vinculadas aos ricos. «A reversão da sorte, no estado após a morte, é um fato inflexível, mas é equivalente. A base final dessa reversão -o caráter- não é aqui referida; é mera questão de equivalência ou justiça poética». (Bruce, in loc. ).

16:26: E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. «...está posto um grande abismo...» O patético pedido do rico lhe foi negado, primeiramente por motivos de justiça, e em seguida, já neste versículo, à base de sua impossibilidade de atendimento. O grande abismo não permitiria qualquer comunicação ou contacto real entre os ocupantes dos dois lados do «hades». Tudo isso antecede as condições descritas nos trechos de I Ped. 3:18 a 4:6, onde o leitor pode consultar as notas expositivas. O abismo é uma gigantesca fenda, no simbolismo apresentado aqui, e isso nos faz lembrar da Grande Comédia, de Dante, onde é descrita uma inclinadíssima penha e um profundo abismo, onde, de um lado, aparecem chamas que queimam mas não consomem, enquanto que, do outro lado, espraia-se o belíssimo jardim do Éden ou paraíso, onde se verifica o banquete presidido por Abraão, ao mesmo tempo que todos aqueles que se encontram encerrados do lado mau do hades podem contemplar tudo com olhos tristonhos, a felicidade que reina no lugar dos bem-aventurados. Os mitos gregos sobre o tártaro (outra designação para o inferno, utilizada com exclusividade no trecho de II Ped. 2:4, em forma verbal) também pintam tal abismo; mas, nesse caso, o abismo não é apresentado como um elemento de separação entre as duas divisões do hades. Alguns rabinos escreveram a respeito de uma forma de muralha de separação, ao invés de um abismo, que dividia as duas porções do hades.

As glórias de nosso sangue e posição
São sombras, e não coisas substanciais:
Não há armadura contra a Sorte;
A morte põe as mãos geladas em reis:
Cetro e coroa
Têm de cair,
E no pó se tornam iguais
Com o pobre enterrado a pá.
Alguns com espadas colhem os campos,
E plantam novos lauréis onde matam;
Mas seus fortes nervos por fim devem ceder;
conseguem dominar quando jazem enfim:
Cedo ou tarde,
Descem ante a sorte,
E devem desistir de seu hálito e murmúrio
E então, pálidos cativos, se arrastam para a morte.
Suas grinaldas secam em vossa fronte;
E não mais se ufanam de seus grandes feitos!
Sobre o purpurino altar da Morte, vede agora,
Onde a vitima vitoriosa ainda sangra.
Vossas cabeças terão de chegar
Ao túmulo frio.
Somente as ações dos justos.
Perfuram e florescem no seu pó.
(James Shirley)

16:27: Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

16:28: porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. «...o mandes à minha casa paterna...». O rico assumiu uma atitude evangelizadora. Esse simbolismo provavelmente foi provocado pela observação da igreja primitiva sobre a obstinação da comunidade judaica, em sua recusa de aceitar a missão messiânica de Jesus, tão abundantemente confirmada, pelo tempo em que este evangelho de Lucas foi escrito, incluindo a narrativa da ressurreição de Cristo. Não podemos concordar com os comentários feitos por alguns intérpretes, aqui, que acreditam que não temos nestas palavras um pedido genuíno de ajuda a seus irmãos, mas apenas «uma amarga reprimenda contra Deus e a antiga economia, por não lhe terem advertido de maneira suficiente». (Broun. in loc.). E mais acertado dizermos juntamente com Ellicott (in loc.): Não há nenhum desafio rebelde, nenhuma execração blasfema, tal como a que os homens têm pintado para si mesmos, a reverberar para sempre nos reinos das trevas. Abraão continua sendo pai dos sofredores, e o rico continuava contando com a simpatia dele». Parece perfeitamente claro, entretanto, que o autor tencionava demonstrar que a antiga dependência dos judeus ao fato de descenderem de Abraão, como mérito suficiente para garantir o paraíso ao indivíduo, é negada especificamente nesta passagem. «Aqui temos o crer e o tremer de Tiago 2:19. Agora os seus olhos se tinham aberto para a verdade; e não admira que as suas simpatias naturais tivessem sido despertadas em prol de seus irmãos». (Alford, in loc.). Não existe qualquer significação especial que se deva vincular ao número cinco, como, por exemplo «cinco vezes dois é igual a dez»—ou seja, as dez tribos de Israel. O número cinco foi escolhido por acaso, como bom número representativo do número de filhos que se esperaria que houvesse em uma família, além de ser um número suficiente para merecer a misericórdia de Abraão, porquanto o destino de cinco almas não é questão sem importância. Os irmãos do rico tinham tido ocasião de ver o esmoler caído à porta da mansão do rico. Se pudessem contemplá-lo transformado e ainda existente, talvez viessem a arrepender-se e a crer, e assim seriam salvos.

16:29: Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. «...eles têm Moisés e os profetas...». Aqui temos uma das declarações do N.T. que procura claramente indicar que não existe qualquer contradição básica entre o judaísmo puro—a mensagem corretamente interpretada de Moisés e dos profetas—e o cristianismo bíblico. Lucas tentou, por conseguinte, demonstrar a universalidade do cristianismo, sendo esse um dos temas centrais de seu evangelho. Ele anelava que os seus leitores cressem que o cristianismo não é meramente uma seita cismática do judaísmo, mas antes, que o judaismo de seus dias, na realidade, era uma facção apóstata. A mensagem cristã do arrependimento e da vida eterna, por conseguinte, era a mesma mensagem que foi pregada por Moisés e pelos profetas. Moisés e os profetas já tinham ensinado que na vida vindoura haverá recompensas ou punições. Aqueles que não quisessem atender às tradições das Escrituras não poderiam, certamente, dar ouvidos à história de qualquer ressurreição, porquanto sem dúvida haveriam de descobrir alguma explicação racional e «natural» para esse fenômeno. Este versículo, portanto, ensina que rejeitar a Cristo é, ipso facto, rejeitar a Moisés e aos profetas.

16:30: Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender.

16:31: Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão , ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. • ...se alguém dentre os mortos for...» . O rico antevia a sensação provocada pela volta de Lázaro ao mundo dos vivos, o que lhe parecia suficiente para causar o arrependimento, ao passo que Abraão encarava tal possibilidade como motivo que nem ao menos conseguiria persuadir os irmãos do rico. -Quase não podemos deixar de vincular a identidade do nome Lázaro com aquele qae realmente foi chamado de volta de entre os mortos; mas cujo retomo, longe de persuadir aos fariseus, foi a causa imediata que os excitou a praticarem seu ato mais definitivo de incredulidade». (Alford, in loc.). Saul também não se arrependeu, quando viu Samuel em Endor. O mundo tem permanecido quase que inteiramente indiferente, embora Jesus tivesse ressuscitado, no que foi testemunhado por muitas pessoas, além dos milagres subsequentes que comprovam a sua ressurreição. A alusão que há nestes versículos, como é natural, é à ressurreição de Jesus Cristo, e o fato subsequentemente de que essa realidade tão bem comprovada não conseguiu persuadir e comover aos judeus, é causa de consternação e de condenação para tais incrédulos. Lucas salienta aqui, uma vez mais, que rejeitar a Cristo equivale, ipso facto , a rejeitar aos escritos de Moisés e dos profetas, quando corretamente compreendidos. A razão-disso é que a mensagem, central de Moisés e dos profetas é Cristo. Por conseguinte, se aquela gente houvesse acolhido os escritos de Moisés e dos profetas, também teria reconhecido a Cristo, recebendo tanto a ele como ao seu reino. Lucas acrescentou o terceiro ato para explicar o lamentável fato que a grande maioria dos judeus, como no caso dos saduceus ou dos que se agarravam ao antigo pacto, não se deixou abalar pela fulgurante realidade da ressurreição de Jesus- Aprendemos, de tudo isso, que os sinais, até mesmo aqueles que são espantosos, a despeito de poderem aterrorizar e temporariamente poderem comover os homens, levando-os a agir de um modo um tanto diferente, contudo, não redimem. Isso porque a conversão deve proceder de algo mais constante, continuamente presente. Essa mesma verdade é ilustrada na obra de George Bernard Shaw, «Saint Joan». Nessa história, quando ela retornou do mundo dos mortos, todas as suas antigas conhecidas a louvaram; porém, quando ela anunciou a sua intenção de viver novamente entre elas, ficaram todas quase horrorizadas, e prontamente a abandonaram como um só bloco. Os sinais podem ser facilmente esquecidos, perdendo o seu impacto, e os céticos, ainda que não possam provar ter havido fraude nesses sinais, são capazes de descobrir, para sua própria satisfação, explicações puramente «lógicas» ou «naturais», confiando nessas explicações forçadas, embora elas tenham muitíssimo menor probabilidade de esclarecerem a realidade do que os próprios acontecimentos sobrenaturais. «A compaixão de Jesus permanece para sempre, e acreditamos que isso não se verifica em vão; mas a vontade humana só tem constância para tornar-se cristalizada e teimosa. Sabemos que agora e aqui os 'Dives' não precisam continuar como tais. Jesus contou essa história a fim de livrar-nos dos tormentos». (Buttrick, in loc.). «Vemos aqui um princípio que se reveste de tremenda magnitude e importância. O maior de todos os milagres não surtirá efeito sobre aqueles que estão resolvidos a não crer». (Brown, in loc.). Isso nos faz lembrar do caso de Herodes, o tetrarca. Ele ouvira dizer que Jesus realizava muitos milagres e desejou ver algum milagre. Imaginou que João Batista havia ressuscitado dentre os mortos, e isso o deixou assustado (ver Mat. 14:2); não obstante, jamais se arrependeu, e nem foi conduzido para mais perto de Deus por causa dessas coisas.”.


Perceberam amados! Que ao distorcermos o teor das “Escrituras Sagradas” é assinar a carta de condenação eterna! Portanto, cuidado com aquilo que os amados defendem e creem, pois até os demônios creem de acordo com Tiago 2:19 - “Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o creem, e estremecem.” e sobre isto, ainda postarei um estudo lhes explicando o que realmente este verso quer dizer...

Amados! O que tenho visto no meio Evangélico é que, muitos que se dizem “Cristãos”, mas que, na hora de dar a César o que é de César, fogem dos preceitos Cristãos, conf. Mat. 22:21; Mc. 12:17; Luc. 20:25; Mat. 5:37 e 1 Cor. 1:17, demonstrando verdadeiramente a quem servem. Amados! Não podemos deixar de defender uma verdade apenas pelo fato de que uma seita defende, que bom, se este for mesmo o caso, que ao menos defende uma verdade em meio a tantas mentiras...!

Outra coisa amados! Temos que tomar o devido cuidado, como já mencionei, o Apóstolo Paulo, quando ainda Saulo, suas falsas convicções, mataram Cristãos por todo o mundo de sua época!

Amados! Imaginem o seguinte, digamos que você coma ou beba, um determinado alimento e que este te ofenda, dai, você vai ao médico e conta o seu problema e diz ao mesmo que acha que é àquele alimento específico, que esta lhe ofendendo, pois sempre que se alimenta dele o problema aparece, mas ai, este médico, te diz, que isto não tem nada a ver com o alimento que você mencionou, então, ele da outro diagnóstico e assim vai, até que você desiste, pois o alimento continua te ofendendo!

Agora imaginem amados! Quantas vezes isto não deva ter ocorrido em se tratando do leite, hoje em dia sabe-se que tem gente que tem intolerância a ele, agora, pergunta! Os médicos tinham razão ao dizer que ele não ofendia? É obvio que não! E, apesar de ser útil e nutritivo para alguns, mas que para outros, o leite e seus derivados é puro veneno!



Vejam! Um Pedacinho do paraíso! As belezas naturais de meu estado o Rio Grande do Norte!


A Praia da Pipa











Um abraço e até o próximo estudo amados!

Rogério Silva
IEADERN: 042574, 26.07.2005
(84) 99120-9471 / 996228473

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