Famílias e Relacionamentos

domingo, 4 de novembro de 2018


A Ponte, o Barco e o Rio...
Conclusão Part. 1-2 - O Paraíso de Lucas 16.19-31


Amados! De acordo com o entendimento das “Escrituras Sagradas, ”(Seio, quer dizer: Posição junto ao, ou, junto a...). Quando “Cristo”, ilustrando em sua história, sendo ela uma Parábola ou não; na verdade, isto é o que menos importa, mas sim seu teor teológico, uma realidade da qual todos, precisavam saber, ele, “Cristo”, falou-nos de um mendigo chamado Lázaro, que, ao morrer, foi levado “para junto ao seio de Abraão”, e João menciona Jesus estando “junto ao seio do Pai”, conf. Jo 1:18 e Luc. 16:22, 23;. A expressão “junto ao seio”, fazendo alusão a alguém se recostar no peito de outro, no mesmo leito, em uma refeição, como era costume Judaico, de certa forma implica em intimidade, da qual só existe entre no mínimo, amigos, também denota o elo que existe entre as pessoas deste leito, portanto, era de costume Judaico este proceder e foi justamente usando deste argumento, que “Cristo”, tentou; isto mesmo, “tentou”; no sentido de que, ou seja, tendo em vista, que muitos ainda não entenderam, a nos ensinar sobre a vida após a morte!

Os convidados recostavam-se sobre o lado esquerdo, com um travesseiro para apoiar o cotovelo esquerdo, ficando a mão direita livre. Era de costume, que três pessoas ocupassem o mesmo leito, mas podia haver até cinco pessoas. A cabeça de cada uma ficava perto ou encostada como que no peito, ou seio, da pessoa atrás dela. Quem não tinha ninguém atrás de si era considerado como ocupando a posição mais elevada, e quem estava na frente dele, a segunda posição de honra. Visto que os convidados estavam assim perto uns dos outros, era costume que amigos fossem colocados junto de amigos, o que tornava bastante fácil manter uma conversa confidencial, particular, quando desejado. Ocupar tal posição junto ao seio de outro num banquete significava ocupar um lugar de favor especial perto daquele em que se encontrava, vemos isto retratado muito bem em alguns filmes romanos!

Amados! É justamente este o entendimento que devemos ter desta passagem, independente de ela ser uma parábola ou não! Aquele que estava no seio de Abraão, estava justamente em favor concedido por “DEUS” àqueles que por seguir os preceitos Divinos, estavam aguardando a justiça Divina, logo após a restauração de todas as coisas, conf. Apoc. 6:9-11, logo depois que, tanto a morte, quando ao impio e ao inferno, serão jogados no lago de fogo e enxofre, conf. Apoc. 20:11-15.

Amados! Temos que entender, que a “Maravilhosa Palavra de DEUS”, não irá mudar nem por mim e nem por ninguém, ela é imutável, inviolável é a “Palavra da Verdade”, nos dada para nossa Salvação, justamente pro isto é melhor irmos em favor dela, que contra ela!


O juízo final

Apocalipse 20:11-15 - “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiram a terra e o céu; e não foi achado lugar para eles. - 12 E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e abriram-se uns livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. - 13 O mar entregou os mortos que nele havia; e a morte e o hades entregaram os mortos que neles havia; e foram julgados, cada um segundo as suas obras. - 14 E a morte e o hades foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. - 15 E todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo.”

Desta forma, amados, buscar justificativas, para defender alguns interesses obscuros, é “Insanidade Espiritual” e resignificar de forma errônea o verdadeiro sentido da “Maravilhosa Palavra de DEUS” é condenação de inferno, tendo em vista que, distorcer as verdades de “DEUS” e implica em um mal do qual, não nos trás a Salvação! O entendimento que se deve ter é justamente este, de um favor “Especial” que todos àqueles que verdadeiramente são servos de “DEUS” tem, junto ao pai, em seu seio, ou seja, no seio de Abraão!

Assim, o Apóstolo João, a quem Jesus amava muito, “recostava-se no seio de Jesus”, e nesta posição “se encostou junto ao peito, ao seio de Jesus” e fez-lhe em particular uma pergunta, na celebração da última Páscoa, conf. Jo 13:23, 25; 21:20. Por estes motivos, João, ao descrever “a posição especial de favor” usufruída por ele junto a “Cristo” e este, sendo a própria Imagem e Semelhança do pai, enquanto homem; junto ao pai, ele estava “na posição junto ao seio” do “Pai”, recebendo, portanto, os favores que esta posição lhe concedia por direito. Do mesmo modo, na ilustração que “Cristo” fez sobre Lázaro, foi levado para “a posição junto ao seio” de Abraão, indicando que este mendigo, por fim, passou a ocupar uma posição de favor especial junto a alguém que lhe era superior, neste caso, Abraão, que representa o paraíso que “DEUS” tem preparado para o homem, como no princípio, no Édem, assim como será no futuro, no novo Édem!


Agora vejam só amados!

João 1:18 - “Ninguém jamais viu a Deus. ‘O Deus unigênito, que está ‘no seio do Pai, esse o deu a conhecer.”

Percebam amados! Que uma das desculpas que se usa para descaracterizar o verdadeiro sentido desta passagem de Lucas 16:19-31, é que, como pode Abraão estar junto de seu próprio seio! Pois é, amados, portanto, como pode em, João 1:18, o próprio “DEUS” estar em seu seio! Vejam, não pode! Não faz muito sentido, por isto que esta passagem estar falando-nos de “Cristo”, no seio de “DEUS”!

Amados! Mas se considerarmos, que esta passagem estar nos falando dos favores obtidos por àqueles que, verdadeiramente são servos de “DEUS”, junto a ele, “DEUS”, passamos a entender que o fato de ela nos dizer que Abraão estando ali em seu seio, significa que ele estava em lugar do qual ele conquistou junto ao pai e que o privilegiava, tanto a ele, quanto àqueles que por ser servo, também mereciam estar ali, recebendo os favores Divinos e como Abraão, ou seja, em Abraão, “DEUS” lhe tinha prometido uma grande nação como uma benção, conf. Gên. 12:2, ele, não só por este motivo, mas também por muitos outros, passou a representar muita coisa do aspecto Divino e, portanto Espiritual!


Gênesis 12:2 - “Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.”

Amados! A Parábola é uma história que Jesus contava para ilustrar um assunto especial e sempre verdadeiro, como por exemplo, “o grande dragão, a antiga serpente”, referindo-se a satanás, conf. Apoc. 12:9. Por isto, era sempre usado em forma de alegorias, uma representação, para que pudéssemos refletir em analogia, sobre determinado assunto. Sendo assim, cada elemento da Parábola, representa algo especial, colocado em determinadas situações e perspectivas, em que, quando Jesus queria falar, abordar algum assunto importante, ele usava deste artifício, assim como usamos em nossa língua portuguesa e ele, “Cristo” o fez se referindo ao céu, ao paraíso, conf. Mat. 13:10-11, desta forma, nos fazendo aprender sobre suas verdades!

Mateus 13:10-11 - “E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? - 11 Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;”


A própria “Palavra de DEUS”, amados, nos diz que algumas coisas, são figuras de outras! É bom lembrarmos ainda, que existem tipologias nas “Escrituras Sagradas” e que, mesmo assim, devemos tomar cuidado, pois a própria “Escrituras Sagradas” nos revela, por exemplo, que satanás nos ronda, em nosso derredor, rugindo como um leão, conf. 1 Ped. 5:8, mas também nos diz que Cristo é o Leão da tribo de Judá, conf. Apoc. 5:5, portanto, afirma categoricamente, que Cristo “é o Leão da tribo de Judá”, mas sabemos que isto é pura figura de linguagem, portanto, ambas as comparações, não estão erradas, mas foram usadas para que entendêssemos a posição de cada um e o Leão neste caso, denota algo feroz, poderoso e por ser considerado o rei da selva, foi usado, para representar a importância na passagem Bíblica, dando a esta um sentido de forma que todos pudessem entender mais facilmente. Mas tem gente que infelizmente, quer verdadeiramente, acreditar, naquilo que lhe é mais conveniente!

Mas lembrem-se! Após estarmos “no seio de Abraão” ou no inferno, não há mais volta, dai, uns serão ressuscitados para a vida eterna, quem estar “no seio de Abraão” e outros para a perdição eterna, quem estar na condição do rico da passagem de Lucas 16:19-31, no inferno, conf. He. 9:23; Jo. 16:25; Mat. 24, 25 e 2 Tes. 1:9...


Mini Aurélio Dicionário Eletrônico V5.12.83

Pa.rá.bo.la2
Subst. fem.
Narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca outra realidade de ordem superior.
História curta com analogias para contar verdades espirituais. 3. Uma narrativa em que as pessoas e fatos correspondem às verdades morais e espirituais


Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa v3.0 de Jun/2009

Parábola
Acepções
substantivo feminino
1    narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia
1.1  narrativa alegórica que encerra um preceito religioso ou moral, esp. as encontradas nos Evangelhos
Ex.: a p. do filho pródigo
2      Rubrica: geometria.
lugar geométrico dos pontos em um plano cujas distâncias a um ponto fixo e a uma reta fixa são iguais

Etimologia: gr. parabolê,ês 'comparação, aproximação'



Amados! “Cristo” usou de alguns costumes e muito da cultura Judaica, até mesmo da grega, pois sendo algo comum entre eles e que já estava impregnado em aquela cultura, para que eles pudessem entender facilmente, como é o caso do Lava-Pés, por exemplo! Amados, não que ele apoiasse de um todo preceitos gregos ou troianos, mas utilizou-se destes costumes e cultura, para poder tornar mais acessível, principalmente àqueles que tinham o interesse em aprender sobre as verdades que provinha de “DEUS”, o que significa dizer, que ele, “Cristo”, sabia da importância daquela cultura e aproveitou do que elas tinham de verdades e as moldou, para que aquele povo aprendesse de “DEUS”!

Amados! É sabido a respeito da cultura Judaica, que os viajantes ao chegar à casa de alguém, eram recebidos pelo chefe do clã ou dono da casa e o mesmo providenciava que os pés daquele viajante, fosse lavado devido à poeira do deserto que era desgastante e contribuía para que o esgotamento físico aumentasse, assim como, o se lavar após um dia inteiro de caminhada, inclusive, quando algum deles ia ao mercado comprar algo e se retornasse na hora de suas refeições eles não faziam, ou seja, não participavam da mesma sem antes, se lavar!

Amados! Lembrem-se, “Cristo” condenou algumas tradições, não por elas mesmas em si, só pelo fato de elas existirem, na verdade era bom que algumas, não todas, existissem, isto no caso de algumas, mas sim, por fazerem delas um meio para se obter a salvação, pois isto é insano!


Amados! De acordo com o Comentário Bíblico Ed. Atos - Novo Testamento - Craig S. Keener, esta tradição era de entendimento comum entre os Judeus. Vejamos o que ele nos diz, a este respeito!

Comentário Bíblico Ed. Atos - Novo Testamento - Craig S. Keener.


16.19-31
O Rico e o Pobre
Esta história assemelha-se a uma historia rabínica de data desconhecida, exceto que nela o rico praticou uma boa ação e a fez no mundo vindouro; aqui, ele permite a fome enquanto vive no luxo e, assim, herda o Inferno. Alguns detalhes sobre a vida apos a morte aqui são padrões da tradição judaica; outros são simplesmente necessários por causa da linha narrativa (pratica aceitável ao contar Parábolas).
16.19. Purpura era uma forma especialmente cara de vestuário (cf. comentário em At 16.14); o modo de vida que Jesus descreve aqui e de ostentação e luxo. Embora este homem possa ter ficado rico por uma questão imoral (como as pessoas normalmente ficam), o único crime que Jesus atribui a ele e que deixou Lázaro passar fome ate morrer quando podia ter feito alguma coisa.
16.20. Algumas Parábolas judaicas (incluindo uma rabínica mencionada no começo dessa seção) nomeavam um personagem ou dois.
16.21. Migalha aqui pode ser migalhas comuns ou pedaços de pão usados para comer
junto com sopa. Se Lázaro tivesse comido as sobras, ainda seriam insuficientes para
sustentá-lo. Os cachorros aqui parecem ser o tipo comum que os judeus palestinos conheciam: vira-latas, vistos como se eles fossem ratos ou outras criaturas doentes (também no * Antigo Testamento, p. ex., 1 Rs. 14.11; 16.4; 21.24; 22.38). Eles eram sujos, e suas línguas lambiam suas feridas.
16.22. 23. O costume judeu normalmente fala dos justos sendo carregados pelos anjos; Jesus mostra a tradicional imagem correspondente do mau sendo carregado por demônios. Cada pessoa, não importa quanto pobre seja, merecia um funeral, e não ser enterrada parece terrível (p. ex., 1 Rs. 14.13). Mas Lázaro, não tendo nem parentes nem um patrono caridoso, não teve direito a um, ao passo que o rico recebia grandes elogios. Os verdadeiros israelitas e especialmente os mártires esperavam compartilhar com Abraão no mundo que vira. O lugar de maior honra em um banquete e o mais perto do anfitrião, reclinando-se de tal modo que a cabeça esteja perto do peito.
16.24-26. A literatura judaica normalmente retrata o Inferno como envolvido em chamas. O rico esperava por piedade porque é um descendente de Abraão (ver comentário em 3.8), mas o julgamento aqui e baseado em uma futura inversão de status. Os judeus esperavam uma inversão de status, onde o oprimido justo (especialmente Israel) fosse exaltado acima do oprimido mau (especialmente os gentios). Também acreditavam que as pessoas caridosas seriam largamente recompensadas no mundo que vira. Mas esta *Parábola especifica somente a inversão econômica, e sua realização seria ofensiva para muitos ouvintes do século I, assim como para muitos cristãos ocidentais da classe media hoje, se eles a conhecessem em sua forca original.
16.27-31. Se aqueles que reivindicavam acreditar na Bíblia falhassem em viver adequadamente, ate a ressurreição (que Jesus aponta a frente sozinho) não os persuadiria. A literatura também enfatizava a responsabilidade moral de todos para obedecer qualquer medida de luz que já tivessem.”.



Amados! Vejamos agora o comentarista Russell Norman Champlin, em seu comentário sobre Lucas, o que ele nos diz a respeito!

Comentário Bíblico Antigo Testamento e Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin, Lucas 16:19-31...

16:19 - PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO:
Alguns fazem objeção ao vocábulo «parábola», quando aplicado a esta narrativa; porém, posto que as parábolas são usadas como símbolos de realidades espirituais, na realidade pouca diferença faz se usarmos ou não este termo no caso em foco. Não haveríamos de dizer que as palavras de Jesus, revestidas na forma de parábolas, são reflexos menos reais das realidades espirituais do que aquelas suas afirmações feitas sem tal simbolismo.
O MATERIAL aqui exposto se encontra somente no evangelho de Lucas, e provavelmente se alicerça na fonte informativa «L». (Ver notas sobre as fontes informativas dos evangelhos, conforme referência em Luc. 6:14). Esta parábola também não tem igual nos evangelhos, por causa de sua colorida descrição sobre o estado dos homens após a morte física, descrição essa que só pode ser equiparada com as descrições dos evangelhos apócrifos, segundo se vê, por exemplo, no evangelho apócrifo de Nicodemos, nos capítulos décimo quinto a décimo nono. A narrativa encerra dois temas distintos, ainda que relacionados entre si: Os vss. 19-26 declaram que haverá uma reversão de valores na vida vindoura, quando os pobres encontrarão recompensa e consolo, ao passo que os ricos serão castigados. Encontramos aqui um tema similar ao da passagem de Luc. 6:20,24, que diz: «Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus... Mas ai de vós, os ricos! porque tendes a vossa consolação». A secção final, que consiste dos vss. 27-31, assevera que o rico impenitente teve ampla oportunidade de arrepender-se, que não se toma mister qualquer milagre de aparecimento de algum morto para que haja arrependimento, visto que Moisés e os profetas são as colunas da verdade, avisando a todos do julgamento ou da bem-aventurança da outra vida, além do fato que sua mensagem tem sido universalmente propagada.

Provavelmente foi o horror vacui que impeliu mais de um copista a prover um nome para o anônimo rico. No Egito, a tradição de que seu nome era Nínive, foi incorporada na versão saídica, o que também parece refletir-se no manuscrito p75, — que diz πλούσιος όνόματι Κενής (provavelmente um erro escribal para Niveu-qs). Nos séculos III e IV -----— era corrente uma tradição no ocidente de que o nome do rico era Finéias. O tratado pseudo-cipriânico, De pascha computus, que foi escrito em 242/3, na África ou em Roma, declara (cap. 17): Omnibus peccatoribus a deo ignis estpraeparatus, in cuius flamma uri ille Finaeus dives at ipso dei filio est demonstratus («Fogo tem sido preparado por Deus para todos os pecadores, na chama do qual, conforme foi indicado pelo próprio Filho de Deus, foi queimado o rico Finéias»), A mesma tradição se repete já no fim do século IV D .C ., no último dentre onze tratados anônimos que são costumeiramente atribuídos a Priscilo, um rico e bem-educado leigo, que se tornou fundador de uma seita gnóstica no sul da Espanha. Aqui o nome é grafado Finees (no único manuscrito restante do Tract ix o nome é soletrado Fmeet, com o «t» cortado e recoberto por um «s»). A razão pela qual o nome Finéias foi dado ao rico talvez se deva ao fato que, no A.T. (Núm. 25:7,11), Eleazar (cf. Lázaro) e Finéias aparecem associados. Uma nota marginal, em um manuscrito do século X III D .C ., que traz o poema «Aurora», uma Bíblia versificada escrita no século X II D .C . por Pedro de Riga, afirma Amonofis dicitur esse nomén divitis («O nome do rico se diz ser Amonofis (i.e., Amenófls»).-

16:19: Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. E possível que esta última secção pressuponha o conflito do cristianismo primitivo com o judaísmo ortodoxo, em que o rico e seus irmãos incrédulos representariam os judeus, ao passo que Lázaro, o pobre, representaria a comunidade cristã perseguida e desprezada. O vs. 30 parece mesmo indicar tal coisa, pois a questão da ressurreição é frisada com a asseveração de que nem mesmo um acontecimento tão convincente como a volta de um morto ao mundo dos vivos poderia convencer uma comunidade religiosa empedernida, sobre as realidades espirituais, como a comunidade dos judeus. Também é possível que tenhamos aqui uma reprimenda especial contra os saduceus, que representavam a aristocracia judaica, e que negavam abertamente a existência do mundo dos espíritos e da ressurreição, baseando seus argumentos no fato de que tais doutrinas não são declaradamente ensinadas no Pentateuco, livros esses (Gênesis, Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio) que eram os únicos que eles aceitavam como canônicos. E as declarações existentes nos salmos e nos profetas, sobre a ressurreição e a existência após-túmulo, era ignoradas por não se encontrarem em material canônico, conforme eles supunham. Por conseguinte, parece-nos que a segunda parte desta parábola -vss. 27-31- representa uma repreensão contra o materialismo dos saduceus. Porém, além disso, precisamos ver que a mensagem se destina a indivíduos isolados, e não é meramente uma repreensão contra uma classe. EXISTEM outras narrativas semelhantes sobre o mundo do além, e há uma antiga versão judaica, de um conto egípcio, registrado em papiro, pertencente ao século I D .C., que é extremamente parecido. Essa história pinta o elaborado e riquíssimo sepultamento de um rico, quando muitos se fizeram presentes e lhe teceram louvores. Ao mesmo tempo narra o sepultamento de um homem pobre, cujo corpo seguia para o sepulcro coberto apenas por um colchão, sem nenhum acompanhamento. Um observador da cena comentou sobre a grande vantagem de alguém ser rico, mas subseqüentemente teve ocasião de contemplar cenas da vida além-túmulo, e ali viu o pobre vestido em trajes de linho do rico, postado em um lugar de honra, ao mesmo tempo que o ex-rico sofria tormentos por causa de suas más ações. Essa narrativa chega à sua conclusão com a seguinte aplicação moral: «Aquele que é bom na terra, passa bem no mundo dos mortos; e aquele que é mau na terra, passa mal». (Um elaborado monógrafo sobre esta parábola, publicado em 1918 por Hugo Gresman, da Universidade de Berlim, contém essa narrativa; e a opinião desse autor é que esta narrativa do evangelho de Lucas teve sua origem nessa história egípcia). Parece haver nesta narrativa uma tentativa de refutar a crença de alguns de que precisamos de visões especiais ou de mensageiros vindos do mundo dos espíritos a fim de informar-nos sobre as condições ali existentes, porquanto os escritos de Moisés e dos profetas nos fornecem informações suficientes sobre esse assunto. Pelo menos poderíamos observar que as doutrinas concernentes à existência vindoura não precisam depender dessas ou de quaisquer outras revelações extras. Esta parábola, em face de ter sido registrada em íntima proximidade com o ensino referente ao correto uso das riquezas, nos versículos imediatamente anteriores, também serve para elaborar um pouco mais esse ensino. Um homem bom e sábio será recebido nas «habitações eternas», onde reina a alegria. Mas o rico tolo foi tragado pelo «hades», onde entrou em um estado de sofrimentos. Ela também mostra de quão pouco valor são os atos de ostentação diante dos homens, sob pretensão de piedade, ao mesmo tempo que se é desaprovado diante de Deus.
Alguns intérpretes têm abusado da mensagem aqui tencionada, afirmando que as riquezas, por si mesmas, automaticamente condenam a um homem, e quê a probreza; ipso facto, é algo desejável e promove a piedade; e nisso justificam os seus votos de pobreza, que algumas ordens religiosas incluem; «O intuito da parábola, portanto, não é fornecer alguma instrução especial acerca da retribuição futura, embora aceitemos agradecidos os raios de luz que incidem sobre isso também; todavia, torna-se imediatamente óbvio que a parábola inteira está velada nas vestes da escatologia judaica—mas é proclamar a grande verdade que se alguém negligenciar na aplicação das riquezas para propósitos beneficentes, essa falha haverá de tornar-se em motivo de calamidade eterna. Até este ponto, esta parábola é o oposto da anterior, e figura em conexão natural com ela». (Lange, in loc.). «... certo homem rico, que se vestia de p ú r p u r a ... ». O rico tem sido chamado de Dives, que se deriva da tradução da LXX para o termo grego «rico». A versão saídica chama-o de Nínive. Também tem sido chamado de «Fines», na literatura que circulou pelo século III D .C. «...púrpura ...» Originalmente é um ser marinho do qual se extrai essa cor, e depois passou a designar a própria cor. Na literatura antiga, esse nome era aplicado a três cores distintas: 1 . violeta profundo, com uma coloração negra ou fuliginosa, usada por Homero para indicar o mar; 2. escarlate ou carmesim profundo, que era a púrpura de Tiro; 3. Azul profundo, do mar Mediterrâneo. A tinta era permanente. Aqui a palavra se refere à cor da veste mais externa do rico. Plutarco declarou que Alexandre encontrou no palácio real de Susã vestes que preservaram seu estado de novo e sua cor através de um período de quase duzentos anos. (A declaração que há em Is. 1:18: «...ainda que os vossos pecados são como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve...», contém o vocábulo encontrado neste texto).
O «linho finíssimo» éo byssus, um linho egípcio que era vendido por duas vezes o seu peso em ouro, e era usado como veste mais interna. «Certos linhos egípcios eram tão finos que eram chamados de ‘ar tecido’» (Vincent, in loc.).
Ao tato, comparava-se com a seda, e autores gregos posteriores passaram a usar essa palavra para indicar tanto tecidos de algodão como de seda. O material era tremendamente caro, conforme é indicado acima, e era símbolo do estado de abastança do rico nesta parábola. «...todos os dias se regalava esplendidamente...». Literalmente, seria: «...alegrava-se suntuosamente...» Ele empregava as suas riquezas para prover para si mesmo o mais excelente entretenimento, e todos os dias havia alguma diversão suntuosa, em meio aos prazeres e ao luxo. «Não lhe faltava coisa alguma que seus apetites anelassem, que seus gostos fantasiassem e que o dinheiro pudesse adquirir» (Brown, in loc.).


Continua...


Rogério Silva
IEADERN: 042574, 26.07.2005
(84) 99120-9471 / 996228473

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