Famílias e Relacionamentos

domingo, 7 de outubro de 2018


O Espinho nas Carnes do Apóstolo Paulo
Part. 2-2
 
Outra coisa que quero ressaltar aqui amados; é que muitos creem, erroneamente, é claro! Que depois que aceitamos “Cristo” como único Senhor e salvador de nossas vidas, estamos isentos de enfermidades e se estas vêm, não precisamos tomar medicamentos e é porque não estamos em comunhão com “DEUS”! Eles usam para isto, Isaías 53:4-5 - “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. - 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”.

Acontece amados, que isto nem sempre é verdadeiro e esta passagem Bíblica, não quer dizer isto, ao menos para agora e sim no final dos tempos, conf. Apoc. 21! Em momento oportuno, exporei mais, sobre o que realmente ela quer dizer, mas não neste estudo, mas deixo já aqui uma noção do que esta passagem quer dizer. Vejam amados! Se pararmos para pensar, “Cristo” morreu por mim e por você, por toda a humanidade, agora paremos para nos perguntar, eu estou Salvo? Você estar Salvo? De acordo com os Evangelhos, “Cristo” morreu por nossos pecados, então para alguns desavisados, estamos Salvos sim! Não amados! Ele nos deu o direito á Salvação que tínhamos perdido, mas que para adquirirmos, ou seja, para usufruirmos deste direito, para entrarmos pela porta da Salvação que é “Cristo” temos que perseverar até o fim, caso contrário, ele não nos alertaria a este respeito! Amados, achar que estamos Salvos, sem precisarmos nos santificar, isto é premissa tola, um silogismo, pois de acordo com estes pensamentos, se estamos Salvos, ou seja, se “Cristo” nos Salvou, nada tirará de nós esta Salvação. Bom! Se estivermos em comunhão com ele, sim, isto se torna verdadeiro, mas se não estivermos, não obteremos nossa Salvação, mesmo “Cristo” tendo morrido por nós. Amados! “Cristo” nunca nos disse, que poderíamos nos desviar de sua palavra, muito pelo contrário, ele nos diz: “aquele que perseverar até o fim, receberá a coroa da vida, ao que vencer”, vejam!

Tiago 1:12 - “Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam.”

Apocalipse 2:10 - “Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Amados! Atentem para os falsos silogismos, vejam!

O homem tem dois pés, galinha tem dois pés, logo galinha é homem!

Ou o inverso, amados!

A galinha tem dois pés, o homem tem dois pés, logo o homem é galinha!


Perceberam amados, que estas falsas deduções ou silogismos, podem causar uma falsa premissa! Isto acontece justamente com Isaías 53, se o analisarmos fora de contexto!


Portanto amados! Isaías 53:4-5, diz respeito ao futuro e não aos dias atuais!


Amados! Temos que ser prudentes e esta virtude esta em falta em muitos que se dizem “Cristãos”, pois desconhecem a palavra de DEUS em seu contexto. E neste sentido, ela se contradiria com a história de Jó, por exemplo, dentre muitas outras passagens Bíblicas, que nos mostra, que em alguns casos, não se trata disto! Outra coisa, as aflições de que “Cristo” nos fala que teremos, não são apenas espirituais, mas também físicas, a vida dos Apóstolos nos prova isto. Mas hoje! Muitos se acham santos demais e por isto creem erroneamente, que, se alguém passar, por este tipo de angústias é porque não estão em comunhão com “DEUS”! Percebam ainda, que algumas vezes ele de alguma forma desviou-se daqueles que queriam apenas milagres, porque será isto! Porque as pessoas só queriam curas, mas viver de acordo com a “Palavra de DEUS”, ninguém queria, ainda vemos muito isto hoje, muitos estão dentro da casa do Senhor, se dizem “Cristãos”, mas suas atitudes e práticas nos mostram o contrário, conf. Mat. 7:15-23...

Percebemos que os Apóstolos passaram por angústias a aflições físicas inclusive, depois que “Cristo” ascendeu aos céus, vemos isto, quando ele, através do Apóstolo Paulo nos diz: 2 Coríntios 6:5 - “em açoitesG4127, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns,” e em, Tiago 5:11 - “Eis que chamamos bem-aventurados os que suportaram afliçõesG5278. Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu, porque o Senhor é cheio de misericórdia e compaixão.”!

G4127 (Strong Português)
G04127 πληγη plege
de 4141; n f
1) golpe, pancada, ferida
2) calamidade pública, aflição dura, praga

G04141 πλησσω plesso
aparentemente outra forma de 4111 (da idéia de aplanamento); v
1) golpear, ferir

G5278 (Strong Português)
G05278 υπομενω hupomeno
de 5259 e 3306; TDNT - 4:581,581; v
1) ficar
1a) retardar
2) ficar, i.e., permanecer, não retirar-se ou fugir
2a) preservar: sob desgraças e provações, manter-se firme na fé em Cristo
2b) sofrer, aguentar bravamente e calmamente: maltratos

G05259 υπο hupo
preposição primária; prep
1) por, sob


G03306 μενω meno
palavra raiz; TDNT - 4:574,581; v
1) permanecer, ficar
1a) em referência a lugar
1a1) permanecer ou residir por pouco tempo, esperar
1a2) não partir
1a2a) continuar a estar presente
1a2b) ser sustentado, mantido, continuamente
1b) em referência ao tempo
1b1) continuar a ser, não perecer, durar, aturar
1b1a) de pessoas, sobreviver, viver
1c) em referência a estado ou condição
1c1) permanecer o mesmo, não tornar-se outro ou diferente
2) esperar por, estar à espera de alguém



Amados, vejam! O próprio Paulo, Cristo não o curou! Ele morreu assim, enfermo, pois seu espinho nas carnes tratava-se de uma enfermidade física e mesmo que fosse apenas espiritual! E outra coisa, seu companheiro de viagem era o Apóstolo Lucas, que por sinal, era Médico, então não precisamos ser muito inteligentes para saber, que Lucas tratou ou teria tratado de suas enfermidades! Muito embora isto não seja relevante, caso fosse, estaria escrito, conf. Jo. 20:30-31, 21:25!

Colossenses 4:14 - “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas”.



Vejamos outros casos nas “Escrituras Sagradas” de Servos de “DEUS” enfermos!


- Epafrodito: Enfermo, doente e quase chegando à morte...

Filipenses 2:25-30 - “Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nas lutas, e vosso enviado para me socorrer nas minhas necessidades; - 26 porquanto ele tinha saudades de vós todos, e estava angustiado por terdes ouvido que estivera doente. - 27 Pois de fato esteve doente e quase à morte; mas Deus se compadeceu dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza. - 28 Por isso vo-lo envio com mais urgência, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. - 29 Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e tende em honra a homens tais como ele; - 30 porque pela obra de Cristo chegou até as portas da morte, arriscando a sua vida para suprir-me o que faltava do vosso serviço”.


- Timóteo: Com frequentes enfermidades de estômago...

1 Timóteo 5:23 - “Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”.


- Trófimo: Ficou doente em MiIeto...

2 Timóteo 4:20 - “Erasto ficou em Corinto; a Trófimo deixei doente em Mileto”.


Já no Antigo Testamento!


- Ezequias: Rei de Judá, doente a beira da morte...

2 Reis 20:1, 7 - “Por aquele tempo Ezequias ficou doente, à morte. O profeta Isaías, filho de Amoz, veio ter com ele, e lhe disse: Assim diz, o Senhor: Põe em ordem a tua casa porque morrerás, e não viverás. - 7 Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos e ponde-a sobre a úlcera; e ele sarará”.


Agora vejam!

Gálatas 4:13-14 - “e vós sabeis que por causa de uma enfermidadeG769 da carneG4561 vos anunciei o evangelho a primeira vez, - 14 e aquilo que na minha carneG4561 era para vós uma tentaçãoG3986, não o desprezastes nem o repelistes, antes me recebestes como a um anjo de Deus, mesmo como a Cristo Jesus.”

G769 (Strong Português) - [ 1) falta de força, fraqueza, debilidade; 1a) do corpo; 1a1) sua fraqueza natural e fragilidade; 1a2) saúde debilitada ou enfermidade; 1b) da alma; 1b1) falta de força e capacidade requerida para; 1b1a) entender algo; 1b1b) fazer coisas grandes e gloriosas; 1b1c) reprimir desejos corruptos; 1b1d) suportar aflições e preocupações ]
G0769 ασθενεια astheneia
de 772; TDNT - 1:490,83; n f
1) falta de força, fraqueza, debilidade
1a) do corpo
1a1) sua fraqueza natural e fragilidade
1a2) saúde debili
tada ou enfermidade
1b) da alma
1b1) falta de força e capacidade requerida para
1b1a) entender algo
1b1b) fazer coisas grandes e gloriosas
1b1c) reprimir desejos corruptos
1b1d) suportar aflições e preocupações

G4561 (Strong Português) - [ OB: Algo físico. 1) carne (substância terna do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com sangue) tanto de seres humanos como de animais; 2b) usado da origem natural ou física, geração ou afinidade ]
G04561 σαρξ sarx
provavelmente da mesma raiz de 4563; TDNT - 7:98,1000; n f
1) carne (substância terna do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com sangue) tanto de seres humanos como de animais
2) corpo
2a) corpo de uma pessoa
2b) usado da origem natural ou física, geração ou afinidade
2b1) nascido por geração natural
2c) natureza sensual do homem, “a natureza animal”
2c1) sem nenhuma sugestão de depravação
2c2) natureza animal com desejo ardente que incita a pecar
2c3) natureza física das pessoas, sujeita ao sofrimento
3) criatura viva (por possuir um corpo de carne), seja ser humano ou animal
4) a carne, denotando simplesmente a natureza humana, a natureza terrena dos seres humanos separada da influência divina, e por esta razão inclinada ao
pecado e oposta a Deus


G3986 (Strong Português) - [ tentação ]
G03986 πειρασμος peirasmos
de 3985; TDNT - 6:23,822; n m
1) experimento, tentativa, teste, prova
1a) tentação, prova: a tentação gerada nos gálatas pela condição física do apóstolo, já que a mesma serviu para testar o amor dos gálatas por Paulo (Gl 4.14)
1b) tentação da fidelidade do homem, integridade, virtude, constância
1b1) sedução ao pecado, tentação, seja originada pelos desejos ou pelas circunstâncias externas
1b2) tentação interna ao pecado
1b2a) da tentação pela qual o diabo procurou desviar Jesus, o Messias, de sua divina jornada
1b3) da condição das coisas, ou um estado mental, pelo qual somos seduzidos ao pecado, ou a um desvio da fé e santidade
1b4) adversidade, aflição, aborrecimento: enviado por Deus e servindo para testar ou provar o caráter, a fé, ou a santidade de alguém
1c) Deus sendo tentado (i.é., julgado) pelos homens
1c1) rebelião contra Deus, pela qual seu poder e justiça são colocados à prova e desafiados a serem demonstrados


Gálatas 4:15 - “Onde está, pois, aquela vossa satisfação? Porque vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os vossos olhos, e mos teríeis dado.“


OBS:
Percebam amados! Que a Strong Grega, G0769 ασθενεια astheneia, em suas definições de referências, 1) falta de força, fraqueza, debilidade; 1a1) sua fraqueza natural e fragilidade; denotam de certa forma, que Paulo já era avançado em idade. E que, apesar da referência, 1b) da alma, denotar questões Espirituais, mas a maioria das outras referências, diz respeito as questões físicas! Vejam! 1a) do corpo; 1a2) saúde debilitada ou enfermidade; 1b1) falta de força e capacidade requerida para; 1b1a) entender algo; 1b1b) fazer coisas grandes e gloriosas; 1b1c) reprimir desejos corruptos; 1b1d) suportar aflições e preocupações.


E para que não tenhamos dúvidas, vejam!

Gálatas 6:11 - “Vede com que grandesG4080 letrasG1121 vos escrevo com minha própria mão.”

G4080 (Strong Português) - [ Trata-se de dimensões físicas ]
G04080 πηλικος pelikos
forma quantitativa (feminino) da raiz de 4225; pron
1) quão grande, quão largo
1a) numa referência material (que denota magnitude geométrica distinta da aritmética)
1b) num sentido ético: quão distinto

G1121 (Strong Português) - [ 2) qualquer escrito; documento ou registro; 2b) carta, epístola; 2c) escrituras sagradas (do AT) ]
G01121 γραμμα gramma
de 1125; TDNT - 1:761,128; n n
1) carta
2) qualquer escrito; documento ou registro
2a) nota promissória, conta, carta de fiança, cálculo, declaração escrita de um débito
2b) carta, epístola
2c) escrituras sagradas (do AT)
3) letras, i.e. aprendizagem
3a) de aprendizagem sagrada


Percebam, amados! Que isto é indício de problemas de visão, ele por ter a visão falha, escrevia com “letras grandes” para que ele mesmo pudesse enxergar o que escrevia e orientar-se no teor de suas Epístolas, portanto o espinho do qual Paulo se referia, era físico, em seus olhos! Justamente por este motivo, ele escrevia com letras grandes, devido suas enfermidades, visão curta, falha, debilitada.


Bom! Veremos aqui, o que alguns comentaristas dizem a respeito!

Segundo Craig S. Keener, em seu Comentário Histórico-Cultural da Bíblia Novo testamento, Edição Ampliada da Editora Vida Nova.

Ele nos diz, que esta enfermidade esta muito mais voltada aos pecados de Israel e por causa de sua desobediência a “DEUS”, portanto, sabedor disto, não relatarei com suas palavras, apenas relatarei aqui, sua posição em respeito ao assunto, ou seja, o que o mesmo pensa e assume nesta questão.

Amados! Creio que Paulo personificou demasiadamente este espinho nas carnes, para entendermos que se tratava de Israel, caso fosse, ele teria direcionado esta personificação diretamente ao povo Judeu, como já fizera de outras fezes, mas não o fez! Isto com certeza é um bom motivo para descartarmos esta hipótese! Outro motivo, seria a própria personificação em si, tendo em vista que ele não queria se exaltar nas carnes; motivo do espinho, justificando assim que tratava-se dele e não de outrem!


De acordo com o Comentário Bíblico Expositivo AT-NT - Warren W. Wiersbe 2ª. Ed. Dez-2008, Págs. 548/549

II. O espinho em sua carne (12:7-10)

A melhor sugestão a respeito desse espinho é um problema ou doença na vista, mas não sabemos o que era com certeza. Paulo, quando se converteu, ficou cego de forma sobrenatural (At 9:9), e talvez alguma debilidade visual tenha permanecido nos anos posteriores. Gálatas 4:15 e 6:11 ("com que letras grandes") sugerem um problema na vista. Isso devia ser uma provação física e emocional para Paulo, e ser, honestamente, chamado de espinho (estaca) na carne. (Às vezes, espetavam os prisioneiros em estacas, e
estes tinham uma morte horrorosa.) O espinho, fosse o que fosse, era um fardo para ele e fazia-o sofrer. Ele pediu que o Senhor tirasse esse espinho. O espinho prova sua experiência celestial relatada nos versículos 1-7, pois Deus deu-lhe o espinho (que presente!) a fim de impedir que exaltasse a si mesmo. Agora, Paulo admite ser fraco, acusação já feita por seus inimigos coríntios (veja 10:1,10; 11:6,29), porém essa fraqueza era uma dádiva do Senhor.

Na verdade, a fraqueza de que o acusavam era um argumento a favor de sua autoridade apostólica! O espinho de Paulo nos traz várias lições práticas:

(1) As bênçãos espirituais são mais importantes que as físicas. Paulo era um cristão melhor por causa de sua fraqueza, embora pensasse o contrário. Esse capítulo apresenta dificuldades para os "curandeiros da fé" que pregam que a doença é sinal de pecado.

(2) Nem sempre a oração não respondida quer dizer que a necessidade não foi satisfeita. As vezes, recebemos uma bênção muito maior quando Deus não responde à nossa oração! Ele sempre responde ao necessitado, mesmo quando parece que não o fez. Ver estudo: “Os porquês, que 'DEUS' nem sempre atende nossas Orações!”, composto de três partes.

(3) Se Cristo estiver presente na fraqueza, esta fortalece. Como prova disso, leia 1 Coríntios 1:26-31, como também sobre os 300 homens de Gideão, a funda de Davi e o bordão(Cajado) de Moisés.

(4) Existe graça na satisfação de qualquer necessidade. A graça capacitou Paulo a aceitar sua fraqueza, a ver glória nela e a ter prazer nela! Paulo sabia que sua fraqueza traria glória a Cristo, e isso era tudo o que importava para ele. Veja 2 Coríntios 4:7.



Vejam ainda!

O Comentário Bíblicos AT e NT Versículo a Versículo de Russell Norman Champlin nas Págs. 414/415


12:7: E, para que me nâo exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; O texto sagrado é um tanto obscuro neste ponto; e, além disso, existem várias variantes quanto aos manuscritos gregos, provavelmente •originados de modificações feitas pelos escribas, que desejavam «corrigir» o ditado um tanto desajeitado e incoerente de Paulo. Variante Textual'. A segunda repetição da idéia de jactância, isto é, «...afim de que não exalte...», é omitida pelos mss Aleph(l), ADEFG, por algumas versões latinas e nos escritos de Irineu, pai da igreja. Nenhuma das traduções usadas para efeito de comparação neste comentário (dentre um total de catorze, nove em inglês e cinco em português) omite essas palavras, seguindo a evidência textual mais digna de confiança, os mss P(46), Aleph(3), BKLP, a tradição siríaca e os escritos dos pais da igreja, Origenes e Ambrosiastro. O mais provável é que a reiteração foi feita pelo próprio Paulo, e que alguns escribas posteriores procuraram melhorar seu estilo literário neste ponto, mediante a eliminação da repetição.

O termo grego «dio» («portanto») também é omitido pelos mss P(46), DKLP, pela tradição etíope e nos escritos dos pais da igreja Irineu, Agostinho, Crisóstomo. Mas provavelmente aparecia no documento original de Paulo, acompanhando os mss ABF, Aleph, além de alguns outros, sem importância especial. Esse é o texto mais difícil, tendo essa palavra sido omitida provavelmente a fim de permitir um texto mais suave. Essa omissão também aparece na versão portuguesa que serve de base textual do presente comentário. Reunindo as porções que provavelmente também faziam parte do original, teríamos o seguinte texto: «E, para que não me ensoberbecesse com a
grandeza das revelações, portanto foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não exalte...» Isso reflete um fraseado um tanto desajeitado no grego, que talvez fosse devido ao ditado. Paulo começou sua sentença com o pensamento sobre a grandeza das revelações recebidas; mas, repentinamente, começou uma nova construção, com «dio» («portanto»), para, finalmente, terminar ainda com uma outra construção, iniciada por «ina» («a fim de que»), onde repete a ideia de haver recebido aquele empecilho físico, que impedia que se orgulhasse. Se porventura Paulo estivesse escrevendo, e não ditando, essa falta de polimento literário dificilmente teria aparecido. Evidentemente a carta não foi relida, ou algumas dessas coisas teriam sido eliminadas.

«...grandeza...» No grégo encontramos o termo «uperbole», que significa «excesso», «de qualidade ou caráter extraordinário», baseado na ideia de ir além, de ultrapassar, de lançar longe. A sua forma verbal é «uperballo», «lançar para além», «jogar para além do alvo». Desse antigo vocábulo grego é que temos hoje o termo moderno «hipérbole», que significa «exagero». «...ensoberbecesse...», no grego, é «uperairo», que quer dizer «levantar ou elevar acima», «exaltar-se», «ter um espírito altivo», «sentir-se elevado». «...foi-me posto...» A origem desse espinho foi o próprio Deus, embora o seu agente tenha sido Satanás, que é considerado aqui como o meio de
cumprir a vontade divina, mais ou menos o mesmo fenômeno que encontramos na experiência de Jó, bem como no papel de Judas Iscariotes, quando da crucificação do Senhor Jesus. O apóstolo Paulo reconhecia o propósito divino dessa aflição, ao mesmo tempo que igualmente cria que o poder satânico é real e pode atingir aos crentes, se assim o Senhor Deus der permissão, ou se os próprios crentes se afastam da proteção divina. «...espinho na carne...» As palavras «...na carne...» se referem a alguma
debilidade física ou enfermidade, e não a alguma prova moral ou espiritual, que afligia o apóstolo em sua condição mortal. O termo grego (te sarki), que está no dativo, provavelmente indica a localização do «espinho» ou aflição. Menos provável é a tradução «para a carne». Não se tratava de alguma tribulação espiritual, a fim de diminuir a glória de Paulo. Desde a reforma protestante, entretanto, tem-se tornado comum a interpretação que diz que o «espinho» era algo não-físico, como perseguição, incredulidade, desespero, etc., que afligiria a Paulo em sua condição
mortal; mas isso não se coaduna bem com os trechos de Gál. 4:13,14 e 6:11.

Considerando esses textos, alguma enfermidade física é o que está mais obviamente em foco, nessas palavras. «.. .espinho...», no original grego, é «skolops», que pode ter certo número de traduções diferentes mas legítimas. Pode significar «estaca», mas
também ocorre com o sentido de «toco» de uma árvore, em «Bacchae», 983, de Eurípedes. Também era usado para dar nome a um instrumento cirúrgico, ou aponta de um anzol. Pode significar «ferrão», «farpa» ou «espinho». Não importa o que compreendamos exatamente. Paulo pode ter falado sobre a metáfora de uma «farpa» solta de um objeto de madeira que entrou em sua carne, o que é um sofrimento aborrecido e doloroso, como bem sabemos. Ou talvez ele tivesse feito alusão às vítimas que eram executadas em uma estaca. Também é possível que o apóstolo aludisse à idéia de haver caído sobre alguma planta espinhosa, na qual um dos espinhos entrou em sua carne. «Espinho» tem sido a tradução favorita por parte dos
tradutores e intérpretes, embora não de maneira universal.

Do que consistiria o «espinho» de Paulo? As especulações variam entre as duas grandes categorias de aflições mentais e físicas. As aflições mentais seriam coisas como o desespero, o desânimo, a dúvida, a falta de confiança, as tentações e os desejos sensuais. As aflições físicas seriam as perseguições, que haviam debilitado a Paulo no corpo, defeitos na aparência pessoal, a malária, dores de cabeça tipo enxaqueca, a epilepsia, dores de ouvido ou a oftalmia. Dentre as aflições físicas, e epilepsia e a oftalmia têm sido as preferidas pelos intérpretes. E mediante a comparação entre os trechos de Gál. 4:13,14 e 6:11, parece que a oftalmia é a aflição que tem maiores probabilidades; no entanto, não pode haver nenhuma certeza quanto a esse particular, e nem é grandemente importante saber exatamente o que afligia o apóstolo dos gentios. Só se sabe gue era algo suficientemente desagradável
para fazê-lo desejar ser liberto. E até mesmo possível que houvesse sido atacado por mais de uma forma de aflição. A passagem de Gál. 4:13,14 talvez indique que a enfermidade de Paulo, sem importar a sua natureza, causava uma certa repulsa por parte dos que o viam. Esse seria o tipo de coisa de que Paulo sentir-se-ia ansioso por livrar-se, porquanto o feria profundamente em seus brios pessoais.

Plumptre (in loc.) imaginà um longo caso de tentação sensual, pensando ser isso o «espinho na carne» de Paulo, pelo menos como uma possibilidade. Existem as histórias das tentações de Antônio de Pádua, o qual, embora resolvido a permanecer no celibato, não conseguia elevar-se acima das paixões ordinárias dos homens. Agostinho lamentava a repetição de sonhos sobre prazeres sensuais, aos quais ele se entregara na juventude (ver Confess, x.30). Jerônimo não se envergonhava por confessar-que também sofria ante tais tentações, que o assaltavam alternativamente, com visões das glórias divinas, que lhe eram conferidas em estado de êxtase (ver Epist.
ad Eustochium). O próprio apóstolo dos gentios menciona as grandes tentações da carne (ver os capítulos sexto e sétimo da epístola aos Romanos); e não há que duvidar que ele era homem sujeito às mesmas tentações que nós, embora tivesse uma vida fantasticamente dedicada a Cristo. Não obstante, não há qualquer traço de prova que Paulo tenha cedido ante tais tentações; pelo contrário, há evidências claras que ele jamais cedeu, conforme se vê nos capítulos sexto e sétimo de sua primeira epístola aos Coríntios. O tom por ele usado, em Rom. 7:25, é o de alguém que combateu e venceu, não tendo continuado a batalhar numa guerra perdida, o que um «espinho na carne» sugeriria. Com base em todas as considerações, chegamos à conclusão de que o seu «espinho» era uma enfermidade física de alguma sorte, desagradável tanto para ele mesmo como para outros. Além disso, nada podemos dizer de significativo. «...mensageiro de Satanás...» A aflição de Paulo é aqui personificada; mas devemo-nos lembrar que as enfermidades, entre os antigos, eram comumente consideradas obras dos maus espíritos, como Satanás ou seus agentes. (Ver Luc. 13:16; Atos 10:38 e I Cor. 5:5). O «...mensageiro...», neste caso, talvez seja uma alusão aò poder demoníaco, um ser espiritual qualquer, sujeito a Satanás e seu mensageiro (o que fazia parte da teologia judaica comum); ou talvez a ideia dessa aflição de Paulo tenha sido personificada, sendo ela a sua própria mensageira. E esta última probabilidade é a que tem mais chances de estar correta, embora seja verdade que poderes espirituais malignos podem enfermar os corpos humanos, havendo evidências por demais conclusivas nesse sentido para podermos negar o fato. Todavia, muitas enfermidades, como é lógico, não são causadas por demônios; e o mais certo é que o caso de Paulo cabia dentro dessa categoria, embora ele reputasse a sua enfermidade como um feito de Satanás, por permissão de Deus, tal como sucedera também a Jó. «...para me esbofetear...» No grego temos a palavra «colaphizo», que significa «bater com o punho», «tratar com violência», «espancar». Aquela aflição jamais se afastava de Paulo, a fim de mantê-lo humilde, relembrando-lhe sempre sua condição mortal, porquanto ele era apenas pó. Todavia, possuía ele um grande tesouro, embora o transportasse em seu vaso de barro. (Comparar com II Cor. 4:7). Sabemos que durante os grandes cortejos triunfais dos imperadores de Roma, um escravo acompanhava o imperador a seu lado, na carruagem, a fim de não deixá-lo esquecer-se que também era apenas um homem. Aquela aflição de Paulo era um escravo que o acompanhava em sua notável carruagem de obras e realizações prodigiosas, lembrando-lhe sempre a sua pequenez, e que tudo quanto fora feito fora efetuado pelo poder de Deus.

«O mensageiro de Satanás continuava a esbofetear a Paulo no rosto, e o apóstolo, por essa altura, já havia compreendido que a vontade de Deus é que fossem assim as coisas». (Robertson, in loc.). Elevadíssimas visões místicas eram mescladas com sofrimentos físicos; e assim Paulo compreendia que continuava sujeito às condições próprias da mortalidade, não se imaginando algum semideus ou algum herói, imune às
agonias dos seres humanos.”



Amados! De acordo com alguns poucos comentaristas, como já relatamos, as enfermidades de Paulo são espirituais e não físicas, mas a maioria dos comentaristas, pensam o contrário. Bom! Tendo já há alguns anos, que venho estudando as “Escrituras Sagradas”, assim como pesquisado, os vários estudiosos nesta área e tendo eu, lido vários livros, comentários Bíblicos, dentre muitas outras literaturas Bíblicas, cheguei à conclusão, como expus neste estudo, que as maiorias das evidências nos leva a crer que estas enfermidades são físicas e claro que elas levam de alguma forma as consequências espirituais! Mas, parece-me que apesar de os estudiosos serem homens capacitados e terem seus estudos bastante expressivos, mas alguns me parecem céticos demasiadamente, em respeito a determinados assuntos e a respeito do mundo espiritual, percebo isto por seus escritos e estudos os quais tenho analisado!

Portanto passagens como esta, por exemplo, em, Luc. 13:11, 16, dentre muitas outras, deixa de fazê-los refletir sobre o mundo espiritual, o que em meu ver, influência negativamente em suas conclusões!

Lucas 13:11, 16 - “E estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava encurvada, e não podia de modo algum endireitar-se.- 16 E não devia ser solta desta prisão, no dia de sábado, esta que é filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa?”



Amados! Deixa eu te dizer algo, sobre satanás, ele dar muito crédito a quem não conhece a palavra de “DEUS”, ele até exalta e glorifica ao leigo que não conhece a “Palavra de DEUS” e tenta como puder desacreditar a quem conhece, para que este não ensine e abra os olhos das pessoas a respeito dele, pois aí, ele poderá agir livremente, por isto que o senhor nos diz:

Isaías 5:13 - “Portanto o meu povo é levado cativo, por falta de entendimento; e os seus nobres estão morrendo de fome, e a sua multidão está seca de sede.”,

Oséias 4:1, 6 - “Ouvi a palavra do Senhor, vós, filhos de Israel; pois o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. - 6 O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porquanto rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.”...

Mateus 22:29 - “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus;”,

Marcos 12:24 - “Respondeu-lhes Jesus: Porventura não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus?”




2 Coríntios 13:11-13 - “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. - 12 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam. - 13 A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.”


Rogério Silva
IEADERN: 042574, 26.07.2005
(84) 99120-9471

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